scorpiosrhein: Seu Zé Pelintra está de guarda, Com chapéu e sua b...
scorpiosrhein: Seu Zé Pelintra está de guarda, Com chapéu e sua b...: Seu Zé Pelintra está de guarda, Com chapéu e sua bengala, Seu Zé Pelintra é de umbanda, E sua luz não se apaga!
I I I
I I I
I I I
I I
OFUNTUWÁ OFUNTEMPOLÁ
REZA DE OFUNTURÁ
Boju oba ponibio oku nibide adifafun alapani akukó, iguí langui, aunko alejo lebó. Ofunturá, Ofuntempolá Ifá ogbo, ejé ogbo, epô, agutan lebó, ekodidé meji ogbo la mejo, ekú, ejá, esuxu Ofunturá Ifá adakoí.
É filho de Ofun e de Otura.
Depois de marcado no Opon, retira-se imediatamente. Não se consulta sem dinheiro.
Antes de pronunciar-se o seu nome tem-se que passar epô sobre a língua, para que a maldição que a pessoa que se consulta carrega não atinja o adivinho.
Aqui o carneiro via Olofin antes de morrer. Erguia seus olhos para o céu e implorava por piedade, Olofin, então, o abençoava dizendo: "Cumpre teu destino, meu filho, você nasceu para ser sacrificado e por isso te abençôo".
Quando o Awo vai sacrificar para Xangô por este caminho, deve colocar em sua boca um pedaço de iguí waákika para que não fique impotente.
Neste Odu não pode faltar o iguí waákika.
Quando este Odu surge em atefá, as cabeças da cabra de Orunmilá e o do bode dos guerreiros são envolvidas em folhas de pau pereira e depois enterradas.
Isto é feito para se derrotar os arajés pois o pau pereira tem o poder de destruir os
inimigos.
Cabeça verde, cabeça oca. A língua fala antes que a mente analise o que vai ser dito. Oferece-se três pombos à cabeça da pessoa diante de Oxóssi.
Faz-se ebó com três frangas e se oferece ajapá meji para Xangô.
Coloca-se em Oxóssi um búzio dentro de um saquinho com uma flecha presa por fora, como se fosse um patuá.
I I I
I I
I I I I
I I
OFUNRETE OFUNBIRETE OFUNBILE
REZA DE OFUNBILE
Ofunbile nene xubo badeyá apolo abi nhankí adifafun laure umbatinló balé nifá akukó lebó. Abiyé adifafun Aminisi, ekodidé, eiyelé lebó.
Este Odu é filho de Ofun e de Irete.
Aqui nasceu a espiritualidade e a imortalidade da alma. Assinala epilepsia, principalmente quando a pessoa dorme.
O Awo deste signo tem que relacionar-se com os demais para não ser totalmente
ignorado.
Tudo o que fizer tem que ser completo, sem faltar absolutamente nada. Orunmilá manda que os Babalawos se visitem.
Quando o Awo deste Odu tem que assentar algum Orixá, quer seja para outro Awo, quer seja para qualquer pessoa, tem que, antes, tomar borí, oferecendo á sua cabeça obí omi tutu e depois etú meji ou eiyelé meji, de acordo com o que for determinado pelo jogo.
Quando este Odu surge numa consulta para um cliente, determina que a pessoa tem que fazer Santo ou Ifá (conforme for o caso).
Trata-se de uma cabeça muito poderosa, maior do que a do adivinho que, antes de fazer-lhe qualquer coisa, tem que se fazer ebó para não sucumbir.
Coloca-se para Elegbara um inhame inteiro cru e regado com epô e um obí. Depois, corta-se o inhame ao cumprido e arria-se numa praça.
A pessoa tem que assentar Obaluaye, Orixá que lhe dá tudo o que deseja obter. A pessoa vai receber uma grande graça de Obatalá.
Tem um filho que é de Iyansan e deve cuidar muito bem dele para que Oiyá não corte a sua sorte.
Não deve olhar para trás quando estiver caminhando pela rua.
Havia uma família cujos membros estavam morrendo e o filho mais novo era filho de Oiyá. Para salvar seu filho, Oiyá pediu a ajuda de Orunmilá que lhe fez um ebó com um galo, um pombo e água de anil. Depois disto, Orunmilá ofereceu comida ao céu e à terra dentro do mesmo prato.
Depois de passar os bichos no corpo da criança, Orunmilá colocou água de anil num prato, sacrificou ali o pombo e os apresentou ao Orun. Ato contínuo, sacrificou o galo para Ile e colocou-o ao lado do prato.
I I I
I I I
I I I
I I I OFUNXE
REZA DE OFUNXE
Ofunxe adifafun Iyá, adifafun Orunmilá, adifafun Obatalá, adifafun Oxun okoxe loko akeji alaké lorubó.
Este Odu é filho de Ofun e de Oxe. Por aqui falam Orunmilá e Obatalá. Aqui nasceu o mistério de Azawani.
Foi por este caminho que Axukpá, a Lua, foi à casa de Obatalá. Este signo criou e ensinou os homens a usarem roupas.
A pessoa é perseguida pela má sorte. Tem que fazer três ebós seguidos para acabar com a perseguição.
O perigo está na avareza e no orgulho.
Para não se ferir numa confusão, é necessário fazer ebó. Existe contradição entre o Egun e o Orixá.
Deve-se fazer ebó com réstia de alho. Aqui nasceu o dom da oratória.
Assinala inveja e perda de memória. É caminho do odidé, o papagaio.
A pessoa foi abandonada ao nascer. Precisa fazer Ifá, aí está a sua salvação.
A mulher leva uma vida de desregramento sexual.
Não foi criada com boas orientações e se ficar grávida será repudiada por todos. Não pode abandonar seu filho para não ser abandonada pela sorte.
Tem que cuidar melhor de sua higiene pessoal, principalmente no que se refere aos seios quando estiver amamentando.
TRABALHO PARA MELHORAR A SAÚDE
Tritura-se um pedaço de coral e um pedaço de azeviche, mistura-se com iyefá rezado deste signo e bebe-se com água de rio filtrada.
PATUÁ DE BOLSO
Num saquinho de pano branco coloca-se: Um pedacinho de galho de vence- demanda, pó de sândalo, de penas de flamingo, de penas de garça branca, uma fava de bejerekun, obí ralado, orogbo ralado, pó de ouro e pó de prata. Fecha-se o saquinho e adorna-se com contas de Orunmilá, de Obatalá e de Oxun. Anda sempre no bolso ou na bolsa da pessoa para quem tenha sido feito.
CÂNTICO DO ODU
Ebó xeke xeke akukó lebó. Ebó xeke xeke eiyelé lebó. Ebó xeke xeke adie lebó. Ebó xeke xeke ejá lebó.
Ao trazermos a público as informações contidas neste trabalho, outra intenção não nos moveu se não a de divulgar, de forma transparente, a importância das mensagens contidas nos 256 Odu Ifá.
Já de posse das revelações inerentes aos Odu, poderá agora, o leitor, orientar-se melhor, e acima de tudo, deixar de lado as crendices tolas que se criaram em relação aos Odu.
Já está suficientemente claro que, seguindo as orientações contidas no tratado do seu Odu pessoal, o ser humano poderá prosseguir em sua vida com total segurança, evitando os percalços ocasionados pela quebra de tabus, que nos levam a situações inusitadas e indesejáveis de desconforto e infelicidade.
Seguir as orientações do Odu pessoal, observar suas interdições e viver dentro das regras nele estabelecidas é estar em equilíbrio com a sua natureza essencial o que significa viver feliz, mantendo permanentemente a condição de Ire1 .
Inútil e incompleto seria o presente trabalho se, além das orientações inerentes aos Odu, não contivesse também aquelas necessárias para que possam ser corretamente contatados através do jogo, segundo as técnicas utilizadas pelos verdadeiros olhadores.
É certo que o jogo de búzios nos leva a acessar de maneira simples e segura os dezesseis Odu Meji e alguns iniciados no culto de Orunmilá afirmam que somente por intermédio dos jogos de Ikin e de Okpele, podem ser acessados também os 240 Omó Odu.
Nossas pesquisas nos levaram à descoberta de que esta postura não passa de mais uma manobra que, como tantas outras existentes em nosso âmbito religioso, tem como objetivo único e exclusivo, assegurar a posição dos Babalawos, na medida que atribui a eles, e somente a eles, o direito de acessar o Oráculo em toda a sua amplitude.
No Brasil, como bem sabemos, o Culto a Orunmilá foi quase que totalmente extinto, restando dele vagas memórias obscurecidas pelo efeito do tempo, pela falta de informações corretas e principalmente, pela ignorância da maioria dos adeptos.
Cabe-nos portanto a obrigação de, desfazendo os mitos, derrubando os falsos tabus, colocar à disposição dos interessados a verdade sobre Ifá e seu Sistema Oracular.
1 - O termo pode ser corretamente traduzido como benção, coisas boas. Substitui em Ifá o que no Brasil se costuma denominar, em referência aos Odu, de "positivo".
COMO UTILIZAR OS SEGREDOS DE IFÁ
Ao editarmos o presente tratado, temos plena consciência da responsabilidade que assumimos diante de Orunmilá e dos Orixás mas, na certeza de estarmos cumprindo com nossa missão, ainda que correndo o risco de vermos estes segredos caírem em mãos profanas, havemos de divulgá-los, certos de que a semente agora plantada dará bons frutos e que, à consciência de cada um transfere-se a responsabilidade do uso indevido dos mesmos.
"Só ao iniciado cabe antever o segredo oculto pelo mariwo", afirma a máxima yorubá.
Confiantes nisto, prosseguimos com nosso trabalho.
COMO APURAR OMO ODU
Para uma melhor compreensão do que vai exposto a seguir faz-se necessário, se não indispensável que o leitor tenha um perfeito domínio das técnicas básicas do jogo de búzios por Odu assim como um profundo conhecimento da amarração de igbos e, para tanto, recomendamos a leitura do trabalho de nossa autoria “Merindilogun - A verdadeira técnica do jogo de búzios por Odu”.
A metodologia básica utilizada para acessar os 256 Odus de Ifá é a mesma usada nas consultas através dos 16 Odus Meji, com pequenas diferenças que passaremos a descrever.
Uma regra deve ser apreciada no que concerne ao Odu Opolé, pois o restante da consulta será feito da mesmíssima forma do jogo de 16 Mejis.
REGRA PARA SE CHEGAR AOS OMÓ ODU
Para se obter um Omó Odu é necessário:
- - Jogar-se oito mãos para um único Odu.
- - Em cada mão jogada, não considerar-se a presença de nenhum Odu identificado pelo número de búzios abertos.
- - Deve-se contar os búzios abertos, levando-se em consideração se representam, no seu total um número par ou impar.
- - Caso a soma de búzios abertos se configure num número par (2 - 4 - 6 - 8 - 10 - 12 - 14 ou 16) , marca-se um sinal simples ( I ).
- - Se ao contrário obtiver-se um número impar (1 - 3 - 5 - 7 - 9 - 11 - 13 ou 15), marca-se um sinal duplo ( I I ).
- - Os sinais correspondentes à cada jogada são marcados de acordo com a seqüência que se segue, da direita para a esquerda e de cima para baixo:
2a jogada <----------< 1a jogada.
4a jogada <----------< 3a jogada.
6a jogada <----------< 5a jogada.
8a jogada <----------< 7a jogada.
- - Se em qualquer caída nenhum búzio estiver aberto, o jogo está fechado, (esta caída - nenhum búzio aberto - chama-se Opira e determina fechamento do jogo).
- - A leitura deverá ser efetuada da direita para esquerda, o que significa dizer que o nome do Odu que se formar na coluna do lado direito (primeira perna), será mencionado na frente do que se formar na coluna da esquerda (segunda perna).
- - Cada Omó Odu representa uma figura oracular independente dos Odu que, ao se acoplarem, lhe deram origem. Cada um deles tem todo um significado próprio e independente daqueles dos quais são originários.
Vamos exemplificar de forma prática:
Ao jogarmos para chegar a Omó Odu, lançamos oito mãos, obtendo a seguinte seqüência de búzios abertos:
1a mão: 3 búzios abertos - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II). 2a mão: 6 búzios abertos - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) . 3a mão: 4 búzios abertos - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) .
4a mão: 11 búzios abertos - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II) 5a mão: 7 búzios abertos - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II). 6a mão: 8 búzios abertos - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) . 7a mão: 10 búzios abertos - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) . 8a mão: 9 búzios abertos - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II) .
Desta forma, seguindo-se a seqüência de jogadas de acordo com os sinais obtidos, temos formada a seguinte figura:
2a jogada (par) I - 1a jogada (ímpar) I I 4a jogada (ímpar) I I - 3a jogada (par) I 6a jogada (par) I - 5a jogada (ímpar) I I 8a jogada (ímpar) I I - 7a jogada (par) I
OXE OFUN
O Odu resultante do encontro de Ofun com Oxe é "Ofunxe".
Mais um exemplo onde na seqüência de oito jogadas, obtivemos os seguintes números de búzios abertos:
1a = 2 / 2a = 5 / 3a = 7 / 4a = 6 / 5a = 11 / 6a = 10 / 7a = 8 / 8a = 12 /
De acordo com a regra, marcaríamos para a 1a jogada, um sinal simples ( I ); para a 2a jogada, um sinal duplo ( I I ); para a 3a , um sinal duplo ( I I ); para a 4a , sinal simples ( I ); para a 5a , sinal duplo ( I I ); para a 6a , sinal simples ( I ); para a 7a , sinal simples ( I ) e para a 8a e última jogada, um sinal simples ( I ), o que, depois de transcrito, nos daria a seguinte figura:
I I I
I I I
I I I
I I
OSÁ - ODI
Observando-se a regra, a leitura é feita da direita para a esquerda, ou seja, a figura da direita (ODI) tem o seu nome inscrito na frente da figura da esquerda (OSÁ), e, desta forma, o Omó Odu obtido é ODISÁ.
Mais alguns exemplos, seguindo-se a seqüência de oito jogadas, aqui anotadas da esquerda para a direita e marcadas da direita para a esquerda:
a: 1 - 5 - 6 - 9 - 7 - 12 - 4 - 3 : I I I I
I I I
I I I
I I I
OTURUKPON / OFUN = OFUNTRUKPON
b: 2 - 3 - 5- 16 - 9 - 4 - 8 - 7 : I I I
I I I
I I I
I I I
IWORI - ODI = ODIWORÍ
c: 4 - 2 - 6 - 9 - 8 - 5 - 12 - 15 : I I
I I I
I I I
I I I
OBARA OGBE = OGBEBARA
d: 6 - 8 - 2 - 4 - 5 - 9 - 4 - 6 : I I
I I
I I I I
I I
IRETÊ - IRETÊ = IRETE MEJI
e: 8 - 4 - 9 - 0 - 13 - 5 - 2 -3 : Neste caso, tendo a quarta caída se configurado com todos os búzios fechados, não se prossegue o jogo. Esta caída (Nenhum aberto), é determinante de fechamento de jogo e exige certos cuidados e procedimentos especais. Não se trata de nenhum Odu, e seu nome é Opira.
Como podemos observar no exemplo "d", ocorrendo repetição da mesma figura nas duas "pernas", temos um Odu Meji, o que significa dizer que a possibilidade de obter-se qualquer um dos 16 Meji é a mesma da obtenção dos 240 Omó Odu.
Devemos ressaltar que os Odu Ifá não estão relacionados à qualquer número, identificam-se, isto sim, pela configuração resultante da combinação de quatro sinais simples ou duplos, superpostos numa coluna.
Se no jogo de búzios identificamos os Odu Meji, e somente estes, pelo número de búzios abertos em cada jogada, isto não significa dizer que o Odu seja o número de búzios que o representa, da mesma forma que um cidadão não é o número de sua carteira de identidade, que serve apenas como elemento de identificação do mesmo.
Assim sendo, Obará não é o número seis, da mesma forma que Oxe não é o cinco e que Odi não é o número sete, e estes números são apenas os códigos através dos quais podemos identificar as suas presenças, de acordo com uma convenção estabelecida entre Exú e os sacerdotes do culto de Orunmilá.
O conhecimento do Odu pessoal é, como ficou claro, de suma importância para que se encontre o perfeito equilíbrio na vida.
É muito raro encontrarmos pessoas que sejam de Odu Meji e a possibilidade matemática de que isto possa ocorrer é bastante remota.
Todos têm o direito de orientar suas vidas, buscar o equilíbrio e a segurança que o conhecimento das mensagens contidas no seu Odu pessoal podem proporcionar e isto só é possível através da consulta ao Oráculo de Ifá, devendo serem desprezadas todas e quaisquer técnicas baseadas em cálculos matemáticos, feitos, quer seja a partir da data de nascimento da pessoa, quer seja pela numerologia do seu nome.
O Oráculo Divinatório de Ifá é praticado há muitos e muitos séculos, sendo originário do coração da África Negra, desde uma época em que as pessoas sequer conheciam o calendário, não sabiam as datas dos seus nascimentos, não liam, não escreviam e não dominavam a aritmética.
De que forma - questionamos - poderiam saber a qual Odu pertenciam?
A numerologia é uma ciência completa e eficiente, mas de origem absolutamente diversa do Oráculo de Ifá, ao qual é estranha.
Sabemos que os algarismos correspondem à potências e energias que atuam efetivamente sobre o destino do homem, mas isto nada tem a ver com Ifá.
Se os cálculos matemáticos funcionassem dentro do nosso sistema oracular, a coisa seria simplificada de tal forma, que poderíamos jogar fora os jogos de búzios, okpele e ikins e substituí-los por calculadoras ou computadores que, com o simples acionar de alguns botões, nos dariam as respostas desejadas.
Mas onde ficaria a interação com o Sagrado, estabelecida através da iniciação? Onde o mistério? Onde o Awo?
É chegado o momento de darmos termo à mistificação, ao embuste e à manipulação! É chegado o tempo de abrirmos para todos, as portas do conhecimento, dando fim aos experimentos que tantos males têm ocasionado à pessoas que, dotadas de boa fé, deixam-se levar pelas falsas "verdades" criadas, não por maldade, mas por falta de acesso ao procedimento legítimo.
Sabemos perfeitamente que as revelações e ensinamentos aqui contidos encontrarão opositores ferrenhos que, vendo desmoronar o castelo de mentiras em que se aquartelaram, resistirão ferozmente aos nossos ensinamentos.
Sabemos ainda que, muitos daqueles que conhecem estes fundamentos irão também se opor, não por contestarem sua veracidade, mas por verem na sua divulgação o risco de perderem o controle sobre tantos quantos têm manipulado durante muito tempo.
Segundo afirmam os Babalawos, somente eles podem, através do jogo de Ikins, determinar o Odu de qualquer pessoa. Contestamos com veemência esta postura embasados não somente em nossas pesquisas e experiências, como também na experiência de outros pesquisadores, iniciados ou não.
Se assim fosse, no Brasil, onde a falta de Babalawos sérios ou legítimos é notória, seria impossível à qualquer pessoa conhecer o seu Odu.
Sabemos no entanto que, qualquer pessoa habilitada a acessar o Oráculo pode, através dos búzios, "sacar" o Odu pessoal de quem quer que seja, sem que para isto o interessado tenha que ser submetido a qualquer tipo de iniciação e que este tipo de procedimento é indispensável para todos os iniciados e iniciandos e é em Pierre Verger que vamos buscar subsídios para o que afirmamos:
Procura do Odu
"De manhã cedinho, cada um dos omó titun é levado separadamente ao local consagrado a esse deus. O iniciado é sentado sobre um pano branco, de costas para o Ojú Xangô, e entre suas pernas estiradas coloca-se um edun-ará, o mesmo que serviu para sua consagração ao deus no dia do oroxíxe. Iyá Xangô pergunta-lhe: "Procuras o poder do Orixá ou o dinheiro?" O candidato responde: "É o poder do Orixá que eu quero". Em suas mãos juntas ele recebe de Iyá Xangô dezesseis búzios, com os quais fará a adivinhação.
"O omó titun esfrega os búzios nas mãos, com elas aponta para os quatro pontos cardeais, para o alto e para o chão, toca-se três vezes na testa e joga-os sobre o pano, entre suas pernas. Iyá Xangô examina a posição dos búzios, contando os abertos e os fechados, e em voz alta anuncia o resultado, provocando comentários dos
espectadores...2
2 - Verger, Pierre Fatumbi. Orixás - Deuses Africanos na África e no Novo Mundo. Pg. 41. Editora Corrupio, Salvador, 1981.
É importante deixar-se claro que a cerimônia acima descrita, refere-se à uma iniciação, ocorrida na África, de um elégun Xangô, motivo pelo qual citam-se fundamentos deste Orixá, como por exemplo o edun-ará.
Vimos, mediante o exposto, que é perfeitamente possível aos pais e mães de Santo "sacarem" os Odu de seus filhos e clientes, desde que observadas as regras e os procedimentos estabelecidos para este fim.
Podemos afirmar com absoluta certeza que, de posse do conhecimento do seu Odu pessoal, cada indivíduo pode viver com muito mais tranqüilidade, sabedor que passa a ser do que deve ou não deve fazer, que tabus lhe são impostos, quais os Orixás que deve cultuar, quais folhas lhe são propícias, cores, alimentos, procedimentos, tendências, defeitos, qualidades, etc., etc., etc., como se adquirisse uma espécie de radiografia de seu destino, da sua vida e do seu caráter. Nossa trajetória neste mundo é determinada por nós mesmos, antes de cada nascimento, através da escolha do nosso destino que é balizado pelas regras e mandamentos que nos são revelados através do nosso Odu pessoal.
As tendências por eles trazidas, não devem ser vistas como provas incontestáveis do caráter e do procedimento de cada um pois, pelo livre arbítrio, a pessoa tem a opção de seguir ou não estas tendências, livrando-se, através do seu conhecimento, das coisas ruins que podem ser vivenciadas na sua estadia sobre a terra.
O mal pode ser evitado, o bem deve ser perseguido e desta forma, seguindo os ensinamentos de Ifá, na observância plena das orientações contidas nos seus signos, podemos viver em total equilíbrio com a natureza, vivendo o Ire dos nossos Odu.
I I I
I I I
I I I I
I I I OFUNBARA OFUNSUSÚ
REZA DE OFUNBARA
Ofunbara Ofun Sunsun olomori.
Obara Sunsun orosalé adifafun Aribito tonlofe Oiya lobini eure lebó. Akukó, owunko, eiyelé lebó. Maferefun Olofin.
Este Odu é filho de Ofun e Obara.
Aqui se oferece, para tirar osogbo, duas galinhas brancas a Orunmilá, cantando:
Adie meji funfun Komo orere lawá.
Os filhos deste Odu não podem entregar seus corações à ninguém, caso contrário serão destruídos.
Correm grande risco quando, em sua intimidade, as mulheres lhe acariciam o
pescoço.
Este é o caminho da girafa.
Não se encontra paz ao lado da mulher com que se mantém relações sexuais. Aqui foi onde se consagrou o Osain de Irinlé.
Nasceu o poder medicinal do omieró. A pessoa tem que assentar Irinlé.
Tem que colocar milho quente em Elegbara.
Aqui nasceu o cargo de Ojugbona, que tem a missão de ensinar e mostrar o caminho dentro da religião.
Os Eguns estão parados na porta da casa da pessoa e afirmam que naquela casa não existe Awo, pois se existisse, saberia que eles estão com fome.
Tem que dar comida a Egun na porta de casa para que deixem entrar a sorte e as coisas boas.
É pela porta que entram as coisas boas e tudo o que faz falta numa casa.
Coloca-se, em Ogun, uma melancia cortada em sete pedaços dentro de um alguidar. Depois de um dia, recolhe-se a água que escorreu da fruta, mistura--se com a água da quartinha de Ogun, acrescenta-se um ovo de galinha, arroz cru e sete colheres leite e, com esta mistura, lava-se o chão de casa.
I I I I
I I I
I I I I
I I
OFUNKANRAN OFUN KANA
REZA DE OFUNKANA
Ofiara koja abo miloso adifafun osoko laju oma aboiyo lebó eiyelé eyelebó kaferefun Obatalá ati Exú.
Este Odu é filho de Ofun e Okanran.
Seus filhos não podem fazer sexo às quintas-feiras. Sua grande interdição alimentar é a carne de coelho.
Aqui a mulher reclama porque o homem não lhe dá assistência sexual.
Sente-se desprezada e abandonada sexualmente e sente vontade de se realizar com outro homens.
Aqui os homens conheceram o azeviche a aprenderam que, usando-o, defendem-se contra os maus olhos.
As pessoas deste Odu têm que colocar azeviche na carga de seus Elegbaras. Devem usar figas ou cruzes deste material para não serem atingidas por mau-olhado Assinala deslocamento de órgãos internos.
O homem produz males interiores em sua mulher ao fazer sexo com demasiada força e brutalidade.
Este é o Odu do rejeitado social.
Aqui Obatalá foi desprezado por todos por haver perdido sua casa e sua família. A pessoa faz sexo em qualquer lugar e de qualquer maneira.
Disse Ifá': "O bode faz sexo no mato".
A pessoa tem que ter mais cuidado e escolher o lugar apropriado para fazer sexo, para evitar um grande aborrecimento e uma grande vergonha.
I I I
I I
I I I
I I I OFUNGUNDÁ OFUN FUNDÁ
REZA DE OFUNGUNDÁ
Ofun Fundá Ifá tinxomó Ikin unsoro bogbo kaleno Orixá umpé gbile tiyé Keviosô okutá edun ará okpá afafá Okoji Afá olé tokosi. Okpele Ifá adifafun Afafá kaferefun Ifá de.
Este Odu é filho de Ofun e Ogunda.
Aqui transcorreu a guerra entre Keviosô e Orunmilá, quando, por inveja, Keviosô com a ajuda de uma faca, cortou em dois o Espírito de Ifá que antes era uno e se chamava Afafá.
Elevando a voz Afafá disse: "Keviosô, me cortaste em dois, mas, ainda assim, pela vontade de Olodumare, sou imortal! Agora meu poder se multiplicou e passarei a viver nos cocôs da palmeira que irei criar (dendezeiro), no couro do crocodilo e na carapaça da tartaruga, locais de onde darei proteção àqueles que recorrerem aos meus préstimos!"
Depois disto, com a ajuda do ajapá, Orunmilá desposou Ladurán, uma das filhas de
Olokun.
Os filhos deste Odu têm que ter um ajapá em suas casas.
Foi neste caminho que Olodumare riscou, sobre uma pedra inteiramente branca, os dezesseis Odu Meji, entregando-os a Orunmilá e ensinando-lhe os seus segredos.
Aqui, Olokun, por causa dos ciúmes de sua mulher Olosá, Foi viver nas regiões abissais dos oceanos.
A folha litúrgica deste Odu é o afoman . Aqui nasceu Ajaro.
Nasceu a máscara de Olokun.
É o caminho de Exú Madubela, Elegba de duas caras que é talhado no cedro e assentado sobre um otá.
Ogun construiu um arado de ferro e o deu a Orixaoko para que agilizasse o seu
trabalho.
A pessoa deste Odu tem que ir às margens de um rio e ali pegar um otá e um pouco d'água e montar com isto e uma moeda de prata, uma segurança para toda a sua vida.
COMO LIBERTAR UM EGUN ASSENTADO
Leva-se o assentamento e seu dono à desembocadura de um rio com o mar e ali se oferece obí e água ao assentamento, dando-lhe conta do que se vai fazer. Em seguida coloca-se sobre o assentamento, pó de ekú, pó de ejá, epô, milho torrado, otí e obí.
Limpa-se a pessoa com um pombo marrom e um branco que são soltos com vida. O assentamento fica naquele local.
TRABALHO PARA A IMPOTÊNCIA
Coloca-se em Ogun três cravos ou parafusos de linha férrea untados de epô, mel e cinzas de carvão. Sacrifica-se um galo deixando o ejé correr sobre o pênis e cair em cima de Ogun. Abre-se o galo e se coloca sobre o pênis até que esfrie. Limpa-se as partes da pessoa com as penas do galo e depois, um banho de folhas de afoman, sementes de espinheiro, folhas de iguí soro (Pera bumefolia), de musenguene (Pariti tiliaceum) e de pau-ferro. Este banho deve ser repetido nos três dias subsequentes, perfazendo um total de quatro banhos.
I I I I
I I
I I I
I I
OFUNSÁ
REZA DE OFUNSÁ
Ofunsá Alé nixé Omó Ikú oyina omó Orunmilá ale oyina lolé asuworun oyina lorubó. Awo Funfun ile Osain, ekú, ejá, owo la mefá elebó.
Este Odu é filho de Ofun e Osá.
É um signo de grande força de vontade que conduz à vitória. Aqui nasceram as ervas medicinais.
A jactância leva à perdição. Assinala cirrose hepática.
Por este caminho baixam as bênçãos de Olofin sobre a Terra.
A humanidade abusa da confiança de Olofin e usam Seu nome em proveito próprio e em detrimento dos seus irmãos.
Aqui Obatalá fez mal uso dos poderes que lhe foram conferidos por Olodumare.
Os filhos deste Odu, quando nascem, trazem o cordão umbilical enrolado em seus
pescoços.
A pessoa sonha com Santos e com mortos e, através destes sonhos recebem orientações e aconselhamentos.
Para adquirir proteção de Orunmilá, deve-se colocar-lhe comida antes de servir a mesa. Esta comida é, depois de um dia, colocada no telhado de casa e deve ser ali deixada até que se desfaça. Depois se repete o orô e se dá obí e água ao telhado de casa e coloca-se ali uma cabaça com saraekó.
I I I I
I I
I I I I
I I I OFUNKÁ
REZA DE OFUNKÁ
Fuká josi mono kegbe efuxé kayegbo.
Este Odu é filho de Ofun e Iká.
Quando este Odu surge numa consulta, o Awo tem que primeiro, fazer ebó para a esquina de sua casa e depois para o cliente. Em seguida desmancha a figura de Ofunká com uma moeda branca que não pode ser gasta num prazo de quatro dias.
Depois de feito o ebó, o dinheiro do mesmo é entregue à pessoa para que o dê de esmola em nome de Obaluaye porque a pessoa lhe deve este dinheiro maldito. Se ficar com o Awo só pode ser gasto depois de cinco dias.
Para distrair o cão, dá-se-lhe um osso. A pessoa não pode deixar que continuem a distrair sua atenção daquilo que na realidade lhe interessa, como tem sido feito já a algum tempo.
Quando a cadela está no cio, tem muitos cães ao seu redor. Depois que a emprenham, fica sozinha e sozinha pare os seus filhotes e trata de criá-los.
Da mesma forma, todos tiram proveito da pessoa e depois deixam-na só. Esta situação tem que ser revertida e a pessoa não deve permitir que ninguém mais se aproveite dela.
O bom filho recebe e alcança as bênçãos dos pais.
Neste caminho os inimigos de Orunmilá tentaram prejudicá-lo com epô. Durante dezesseis dias a pessoa não pode comer nem mexer com epô.
Tem sido usada em proveito de outros que, para isto, aproveitam de sua ingenuidade, cumulando-a de elogios nada sinceros.
Deve olhar com mais atenção o que se passa ao seu redor, principalmente na sua ausência para não passar por decepções e tristezas.
Tem que selecionar melhor suas amizades separando os verdadeiros dos falsos
amigos.
I I I I
I I I
I I I
I I I OFUNTURUKPON OFUNBATRUPON
REZA DE OFUNBATRUPON
Mojeto te mo mo tente mana ajoro unfó ke adifafun fejé tinxomá oro lebó eiye, oro eiyelé, etú lebó.
Este Odu é filho de Ofun e Oturukpon.
É o pai das línguas e o criador dos diferentes idiomas usados por toda a humanidade.
Aqui Olofin separou os homens em nações e idiomas porque unidos tramavam contra a sua autoridade, tentando tornarem-se mais poderosos que Ele.
Aqui nasceu a lenda da Torre de Babel.
Na casa da pessoa todo mundo manda e ninguém chega a um acordo para que se possa viver em paz e harmonia.
Disse Ifá: "Em casa que não tem homem, menino dá as ordens". Assinala falta de compreensão e de união.
Aqui o sapotí traiu a Orunmilá e a Xangô. Este é o caminho dos atentados.
A pessoa tem que ter cuidado para não sofrer um atentado. Assinala fraqueza sexual no homem.
Indica traição no grupo religioso.
A pessoa sofre do ventre e do cérebro. Costuma portar armas.
Fica doente sempre que fala mal ou se refere de forma desrespeitosa aos Orixás. Quando surge este Odu o Awo tem que soprar para cima e para os lados.
Aqui nasceu a força do galo e do pato.
A pessoa tem que se banhar com folhas de alfavaca, ewe karodo (Erva de São Domingos), ewe rumatan (Frescura) e ewe nijé (Spendias membis).
Tem que restabelecer a sua autoridade dentro de sua casa para que sua família não se destrua por falta de entendimento.
Disse Ifá: "Se tua língua não te obedece, é melhor cortá-la antes que te destrua".
Se alguém em sua casa não se adapta à disciplina e à ordem, é melhor que vá embora, mesmo que isto traga muita tristeza.
I I I I
I I I
I I I I
I I I
OFUNYEKU OFUNYEMILO
REZA DE OFUNYEKU
Ofun Yemilo kunukú aberikulú ninxawo Inlé Olofin akalá mabo abigui Olorun ninxewo. Inle Olofin tento teré abi apoló. Kaferefun Obatalá ati Exú.
Este Odu é filho de Ofun e Oyeku.
Neste caminho o Awo tem que fazer ebó em si mesmo antes de fazer para o cliente ou afilhado.
Os filhos deste Odu devem se especializar no tratamento de Egungun.
Neste caminho, na cerimônia funeral de Akambí Obá, e segundo sua vontade, Ikú sentou-se à mesa todo vestido de negro, e na outra cabeceira sentou-se Olofin, vestido de branco e com sua resplandecente coroa sobre a cabeça, tendo Exú Axikpelu como guardião da porta. Quando Ofunyeku chegou trazendo Osain em sua companhia, Exú Axikpelu fez soar um grande sino e batendo com seu bastão sobre o solo, cantou:
Ofunyemilo eni Oluwo Osain Awoni Omó fijé Ate Alufá Egun koxé Ikú koxe Olofin.
Ao ouvirem a cantiga, Olofin e Ikú levantaram-se em sinal de respeito, e então, deu- se início a um grande banquete cerimonial.
Quando acabaram de comer, cada participante, levantando-se, pegou um guardanapo branco da mesa e dirigiram-se à uma sepultura cantando:
Axeye Egun Oba Ade ni baxe ye!
Depois, tendo chegado à sepultura, pararam de cantar e atiraram o que traziam dentro do buraco, e então começaram a entoar a seguinte cantiga:
Peremi Ewa dide Laweni Obá dide
Ikú unló.
Em seguida, cobriram tudo de efun e taparam o buraco.
Então, Olofin, Ikú e Ofunyeku prepararam o coche com o cadáver de Akambi Obá e o conduziram aos pés de um Iroko consagrado, próximo de um rio, e depois de oferecer-lhe dezesseis búzios, sacrificar-lhe um pombo branco e preparar o urupí, despacharam nas águas do rio para que um novo rei pudesse ocupar o trono de Kumakú.
Aqui nasceu a cerimônia de despedida de um Obá morto, que só depois de realizada, possibilita a coroação de um novo Obá.
Aqui nasceu o motivo pelo qual, depois que o iniciado morre, os otás de seus Orixás são despachados nas águas de um rio.
Os filhos deste Odu, por excesso sexual, podem ficar impotentes.
A destruição física deles pode ocorrer pelo vício que adquirem de preferirem que as mulheres lhe façam sexo oral.
Para resolver o problema de fraqueza sexual têm que assentar Osain. Neste caminho, as mulheres gostam de praticar sexo oral e anal.
Aqui o justo paga pelo pecador, pois Ikú, tendo vindo buscar a uma determinada pessoa, e não a tendo encontrado, levou o primeiro que passou perto dele.
I I I I
I I
I I I
I I I
OFUNIWORI OFUNGANDO
REZAS DE OFUNIWORI
EM FON: Fu ni gagbo wónli ka ni gasá axosuwe jebu bosifá tajua.
EM YORUBÁ: Ofun Awo, Iwori Awo Gando adifafun Lukuro yajú etú lebó.
Ifá lodafun Olofin, Orunmilá ati Exú. Ofuniwori Gando adifafun Oluwo Koso bayé.
Este Odu é filho de Ofun e Iwori.
Foi por este caminho que Olofin deu a Xangô reinado sobre o céu e a terra.
Este Odu é acompanhado por quatro espíritos que são: Lebayemi, Omubi Lowo, Agbon Egun Kafo e Afinju Elegba.
Aqui Xangô recebe o título de Ewe Bami e é erveiro.
Assinala a perda das faculdades mentais por um trabalho feito.
Este Odu recebeu o título de Ofun Gando por ter salvo o povo de Gando e coroado rei desta terra.
É um Odu de encantamentos, onde Olofin deu poder às mãos do Awo e toda a sua sensibilidade está nas pontas dos dedos.
Os filhos deste Odu se possuírem mais de cinco dedos numa das mãos, são filhos de
Oduduwa.
É o Odu do organista. A pessoa tem a música dentro de si. Aqui foi criado o papagaio.
É signo de muito dinheiro. Assinala esterilidade na mulher.
Ensina que da mesma forma que os armazéns se enchem, também se esvaziam.
Assinala perda de um filho por falta de controle nos maus sentimentos. Aqui os filhos herdam os maus sentimentos do pai.
A pessoa tem propensão a ser mordida por animais.
Fala de gula. É necessário que se coma e beba com moderação para evitar distúrbios
digestivos.
Os filhos deste Odu não podem usar roupas de cores combinadas, é melhor que se vistam de branco.
A pessoa perde a memória por efeito de pós que alguém lhe sopra. Não deve meter as mãos em nada obscuro.
Este é o signo do bicho da seda.
A pessoa tem o poder em suas mãos. O pai é culpado pela desgraça do filho.
Tem que se ter muito cuidado com a justiça. Tem que respeitar os inválidos e os mendigos. A pessoa se desgraça por sua própria língua.
TRABALHO PARA MULHER ESTÉRIL
Sacrifica-se uma cabra a Iroko, retira-se o útero do animal e oferece-se à cabeça da mulher. Quando parir uma criança, sacrifica-se um carneiro para Egun com muita comida e cânticos.
O homem é muito ciumento, e por isto pode levar seu casamento à destruição. Teve uma mulher de cor e desde que a deixou já não goza de perfeita saúde, porque esta mulher lançou-lhe pragas e bruxarias.
A mulher não tem filhos e já fez de tudo para conseguir ter um. Em sua casa não
I I I
I I I
I I I I
I I
OFUNDI
REZA DE OFUNDI
Ofundi adifafun eri etú komobá. Ofundi oso to akukó, eiyelé, leri etú elebó.
Este Odu é filho de Ofun e Odi.
Suas folhas são o cipreste e a amapola. Quem tudo quer, pouco consegue.
Aqui nasceu a ambição desmedida. Dizem que o Awo deste signo é pirata.
Aqui se fala de Ifá e se joga búzios sem ser iniciado.
Fala dos pulmões e dos intestinos, assinala males estomacais. Neste Odu nasceram as úlceras.
A pessoa vive acompanhada por um Egun obsessor.
Ensinou os homens a prenderem os barcos com âncoras para que não sigam à
deriva.
Este Odu não se marca no opon porque representa a sujeira do anus. É signo de menosprezo e bofetadas.
O escravo se liberta antes do tempo.
A pessoa deve ter sua casa inteiramente pintada de branco, por dentro e por fora. Tem que ter cuidado com traições das pessoas em que mais confia.
É Odu de traições.
A curiosidade pode custar a vida. Neste caminho a mulher rouba.
Aqui Oxun era muito proíbe e, para sobreviver, por onde passava roubava tudo o que
podia.
A mulher pode se transformar em bandida, tem tendências para a criminalidade.
ITAN DE OFUNDI
Obatalá tinha uma filha que era demasiadamente curiosa, e pela qual o Orixá tinha
muito zelo.
A menina só se trajava de branco e, por ser desobediente era mantida sempre dentro
de casa.
Certo dia, Obatalá precisou sair para ir ao mercado e, aproveitando de sua ausência, a jovem resolveu sair para conhecer as imediações.
Curiosa e distraída, afastou-se demasiadamente de casa, e quando deu conta, estava
perdida.
Quanto mais a jovem tentasse retornar, mais se afastava de casa, embrenhando-se numa floresta onde havia uma mina de carvão, à qual acabou chegando.
Vendo o enorme buraco aberto na encosta da montanha, a menina, não resistindo à curiosidade, adentrou-o, aprofundando-se cada vez mais em seu interior.
Ao voltar para casa, dando falta de sua filha, Obatalá ordenou que seus servos saíssem em sua busca.
Depois de muito caminharem, os escravos chegaram à mina onde se encontrava a pequena e, apesar de encontrá-la, não a reconheceram porque suas roupas e sua pele estavam completamente enegrecidas pelo pó de carvão.
Voltando para casa, disseram que não haviam encontrado a menina que, desta forma, por ser curiosa e desobediente, ficou perdida para sempre no interior da floresta.
I I I
I I
I I I I
I I I OFUNBIROSO OFUNROSUN
REZA DE OFUNBIROSO
Ofunroso Ifá lodafun Obatalá, Osun, Iyemanjá. Maferefun Ofunroso soju exé gogoro Ogue Bara lodafun Olofin. Leri etú meji elebó.
Este Odu é filho de Ofun e Irosun. Aqui se falsifica Ifá.
Nasceu a maquiagem dos olhos.
Nasceram as marcas ritualísticas feitas no rosto (escarificações). Assinala perda de posição e de tudo o mais.
Aqui foi feita a primeira traqueotomia.
A pessoa precisa se desabafar, pois as coisas que traz guardadas dentro de si podem sufocá-la e fazer parar o seu coração.
Aqui nasceu a confissão e o desabafo das penas. Assinala angustia, penas, sofrimento silencioso.
A pessoa caminha como se tivesse perdido o sentido da vida. Já não tem mais ilusões.
Disse Ifá:
- Quem brinca com fogo acaba queimado.
- Cada um tem seu destino.
- O orgulho com a humilhação se paga.
A pessoa não possui coroa, deveria ter feito Orixá para livrar--se dos aborrecimentos.
Se já for feita no Santo, não cuida dele como deveria e não tem sabido usar sua
coroa.
Sente dores na cabeça e nos ossos. Sua cabeça está sempre pesada. Tem que fazer ebó para livrar-se da má influência de um Egun.
A mulher, por tantos problemas que passou, já não encontra prazer no sexo. Seu fogo se extinguiu.
Tem que oferecer dois pombos à cabeça, soltá-los com vida, e em seguida, fazer
sexo.
O Marido tem que lavar seus órgãos sexuais com omieró de peregun e álamo, sacrifica-se dois eiyelé no seu pênis em cima de Ogun, passam-se dois ovos de galinha em seu corpo de baixo para cima e depois tem que fazer sexo com sua mulher. Este ebó tem que ser feito na mulher e no marido no mesmo dia.
O homem pode adquirir uma doença venérea por estar saltando de uma mulher para outra. Pode ficar impotente ou doente do sangue. Tem que fazer o ebó que se segue:
EBÓ
Pega-se um dos cravos existentes no igbá de Ogun, amarra-se com palha da costa ao pênis da pessoa e se sacrifica um galo sobre o conjunto, deixando o ejé cair em cima do igbá Ogun. Este trabalho pode ser feito com outro animal, dependendo da vontade de Ogun.
I I I I
I I I
I I I
I I
OFUNWÓNRIN OFUNJUANI OFUN FUNI
REZA DE OFUNWÓRIN
Awo Kekeré ofá pepenin eianmi dé dé adifafun Obatalá umbatibini eiyelé lebó, ori, eyiele, akukó lebo. Kaferefun Exú.
Este Odu é filho de Ofun e Owónrin.
Aqui ocorreu a disputa entre o Sol e o Vento. É um signo maldito.
A pessoa luta com seus superiores. Aqui nasceu o erukeré de Orunmilá.
Quando morre um Awo deste signo, prepara-se água de ekó durante nove dias seguidos e seus familiares de sangue e de religião bebem desta água todos os dias. O que sobra, a cada dia, é colocado numa vasilha. Depois do nono dia, pega-se a vasilha e se despacha na sepultura do Awo morto.
Assinala morte por acidente.
Não se deve imitar a ninguém para não se perder a sorte. É um Odu de desenganos.
Aqui nasceu o Calvário e sua peregrinação.
Nasceu a maldição que existe sobre a cor preta que mancha tudo aquilo em que toca.
Nasceu o segredo dos panos de cabeça na iniciação do Iawo que, ao receber o Axé fica com a imagem astral de seu Orixá gravada.
Nasceu o segredo de Xamponan que antes de morrer se chamava Kelejewe Kuto e depois de ressuscitado chamou-se Azawani.
Ensina o motivo pelo qual se faz ebó.
Aqui Abitá pediu a Ikú e a Arun que dizimassem a humanidade, mas a morte e a doença se negaram a atendê-lo porque só recebem ordem de Olofin.
A pessoa, por osogbo, deseja praticar uma coisa ruim em detrimento daqueles que a
rodeiam.
A pessoa deve a vida a Xamponan, por uma promessa que alguém fez para livrá-la
da morte.
A pessoa deve preparar uma boneca de cera e dedicá-la a um Orixá, cuidando muito bem dela. No dia em que esta boneca for abandonada ou destruída, a vida da pessoa também se destruirá.
A pessoa não deve tomar Sol. Deve procurar sair de casa antes que o Sol nasça ou depois que se ponha.
Deve evitar, também, tomar ventos fortes, o que lhe causa dores de cabeça.
I I I
I I I
I I I
I I I
OXEFUN
REZA DE OXEFUN
Oxefun tefun Shefun. Shefun Babá Arerú. Orunmilá ni Aiyaxé ria ria Awo igbín okoto kilu osalakole Iká koye adafun loede ikokoyeye wofun Awo Onikako pewo omi kako orugbo iguí ni axó, erí, oni pejú tonpokolaro.
Este Odu é filho de Oxe e de Ofun. Aqui nasceu o incesto.
É um Odu impuro e perigoso.
Neste caminho se vende aos inimigos.
Oxefun é o som onomatopaico produzido pelas mulheres quando lavam seus órgãos
sexuais.
É caminho de Orunmilá, de Olokun e de Oxun.
Assinala dores estomacais ocasionadas por má digestão.
As pessoas deste Odu quando lavam suas roupas não as devem torcer. Oferece-se Ekú, ejá, epô, oiyn e obí à Oxun.
Neste caminho, quando se ganha dinheiro, tem-se que perguntar a Orunmilá de que forma se deve gastá-lo.
Obatalá quer alguma coisa, deve-se perguntar o que é.
Sacrifica-se um cabritinho a Elegbara e se despacha repartido em três matas. A pessoa não pode usar cordões nem colares.
Para vencer os inimigos pega-se uma toalha limpa, molha-se com álcool e passa-se
na cama.
A pessoa tem que colocar um tapete ao lado de sua cama para que, quando acordar, não toque no chão com os pés descalços.
Tem que respeitar muito a Xangô.
Quando surge este Odu na consulta de um cliente não iniciado, esta pessoa não pode fazer Santo, mas deve ser iniciada em Ifá o mais depressa possível.
O dono deste Odu tem que usar um Idé de Ifá preso por uma corrente.
Aqui Iyemanjá amaldiçoou o porco dizendo: "Só comerei tuas carnes depois que rasparem bem os teus pelos".
Desde então os porcos têm seus pelos totalmente retirados antes de serem comidos.
Neste Odu se prepara uma bengala de madeira de orudan (Pithecolobium arborem), com cabo de chifre de veado, carregada com: Bejerekun, obí, orogbo, marfim, pena de ekodidé, pelo de tigre e pó de cabeça de porco. Come pombo junto com Ôsun e duas galinhas pretas com Orunmilá. Fica sempre ao lado do Igbá de Orunmilá.
DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ PARTE XVI
I I I I
I I
I I I I
I I
OFUN MEJI ORANGUN OLOGBON
REZAS DE OFUN MEJI
Em fon: Mikan Fu Meji Hekpa!
Ku kpodo ku vi le kpa, Gbe kpodo Gbe vi li kpo,
Azon kpodo Azon vi le kpã, Guda Fligbe, wa yi sa nu mi!
Klan Sa, magba hwe do ta nu mio! Di Fun, Ku hun Ku kon,
Xé Tura do le do, Le gbogbo do,
Kpoli agbã no je agbã ton gudo bo Je agbã ton nukon!
Dunon Dunon emi yro le leô, Emi hwele si ye!
Tradução: Saudações a Ofun Meji, Hekpa!
Morte e filhos da Morte, Vida e filhos da Vida, Doença e filhos da Doença,
Ogunda Gbe, venha trazer axé ao meu sacrifício! Okanran Sa, que nunca falte um teto sobre minha cabeça! Odi Fun, se a morte me perseguir, rechasse-a!
Oxe Tura, isto é para você e também para Ile, a Terra, não importando a quem esteja endereçado sobre a Terra!
Signo a quem pertença este sacrifício, que possas demorar-te adiante e atrás dele.
Odu, Odu que eu invoquei, eu lhe ofereço água
(Dito isto coloca-se farinha de acaçá diluída em água sobre o sacrifício ofertado). Terminada a oferenda, uma última prece é feita para que seja aceito:
Adra mi do kpe, Adra we nhi Ku-non! Ku mi do kpe!
He zuzon non se do mon a E se we do fi-de, hun yi fi lo.
Tradução: Adra, nós te reverenciamos, Adra, Senhor da Morte!
Nos te reverenciamos, Ikú!
O pássaro que voa não pode tocar aquele cuja cabeça está protegida, O perigo não se aproxima daquele que recebeu o Axé.
Se alguém te pede para ir a qualquer parte, você faz com que vá.
(Esta última frase se endereça ao sacrifício).
Obs.: A segunda parte desta saudação é utilizada somente por ocasião do oferecimento de sacrifícios determinados por Ofun Meji e deve ser recitada sempre, depois de recitada a primeira parte.
Prece de Ofun Meji (yoruba):
Orunmilá odye mondoye odimala mondimàlà Bimàlà nakade awontanimon awondadewe tedimolé Awo n'lale awo ti n'fo wo kanxuxu dagba omoxoko Alaba ti n'belode Ifé awonimon odoyeee mondoye
Odimanlan mondilmanlan Orunmilá oni n'mo olo jagba awa Do pitan majeta kokpawa Ifá dopitan majetan kokpawa. (Tradução desconhecida).
Ofun é o Odu de maior importância dentro do sistema de Ifá, representa um mistério tão grande que, quando surge, os Babalawos costumam reverenciá-lo bradando: Hekpa Babá! Babá significando "Pai" e Hekpa, representando uma expressão de pavor e de respeito diante da grande energia e do enorme poder inerente a este Odu.
Em Ifá é conhecido entre os Fon (jêje) como "Fu Meji", "Ofun Meji" ou "Ofu Meji". Os nagôs o chamam também, de "Ofun Meji", "Làgun Meji" (Làgun significando mistério), "Ologbo" (misterioso e maléfico por haver cometido um incesto - Lo), "Oji Ofu" por eufonia, "Hekpa" ou "Baba Hekpa" por eufemia (reza, prece).
Em yoruba "Fun" significa doar, dar; "funfun" significa branco e este Odu representa esta cor, enquanto que "Ofu" significa perda, prejuízo. A palavra "fu" transmite a idéia de limpar soprando, como quando se assopra um objeto ou superfície qualquer para retirar a poeira ali depositada.
Suas atribuições são tantas que é impossível enumerá-las. Tem poder sobre a vida e a morte e, dominando a morte conhece o segredo da ressurreição.
Ofun é pai de Ogbe que liberou após criar o ar da vida e mãe dos demais Odu, dos quais Ogbe é o pai. É, pelo que se vê, o único Odu que apresenta características hermafroditas, diferente dos demais, cujos gêneros são perfeitamente definidos.
Neste aspecto podemos afirmar que Ofun representa os princípios masculino e feminino da criação assim como tudo aquilo que opondo-se ou complementando-se possibilitam a manifestação plena da vida em todos os seus aspectos: positivo/negativo, ação/repouso, luz/trevas, preto/branco, macho/fêmea, etc...
É o universo manifestado e imanifestado e desta forma, tudo o que existe está sob seu comando.
Ofun Meji representa a Grande Mãe e o princípio maternal. Sendo a mãe de todos os Odu, o é também de toda a criação, não tendo domínio somente sobre o ar, que após haver criado, liberou Ejiogbe que passou a dominá-lo.
Depois de Ejiogbe, Ofun Meji engendrou os demais Odu, possuindo assim o mundo, onde cada Odu criou e simboliza uma parte, sempre sob as ordens e leis estabelecidas por Ofun.
Bernard Maupoil em seu trabalho "La Geomancie a l'Ancienne Côte des Eclaves" resume isto num símbolo esotérico atribuído a Ofun - Um ovo, dentro do qual inscreve-se, à direita, doze pontos superpostos em pares e, à esquerda, quatro traços verticais, também superpostos. Os traços representam os quatro primeiros Odu-Ifá: Ogbe (Vida); Oyeku (Morte); Odi (Universo Revelado) e Iwori (O Ignoto).
Esta representação busca dar uma idéia aproximada da importância de Ofun, aqui representado pelo Ovo, dentro do qual estão contidos todos os demais Odu, inclusive ele próprio.
Ofun é, portanto, a representação de tudo o que existe ou possa existir, o mundo manifestado e o imanifestado, todos os planos de existência e segredos que são de domínio da Divindade Suprema e que os iniciados de mais alto grau pretendem apenas vislumbrar de forma confusa.
Este Odu rege homens e mulheres indiscriminadamente, é um signo ligada às Kenesi e as aves ligadas à feitiçaria são provenientes dele.
Ofun reclama, em seus sacrifícios, tudo em número de dezesseis.
Comanda, juntamente com Osa e Irosun, as regras femininas. Este Odu é tão perigoso que a maioria dos adivinhos omitem seu nome diante de profanos preferindo dizer "Hekpa Baba" (Baba significa papai e hekpa é uma exclamação que exprime pavor).
Sempre que um adivinho encontra este signo costuma dizer: Ló ou Eró, palavras que transmitem, ao mesmo tempo, a idéia de proibição, pecado e mistério: em seguida sopra três vezes sobre as palmas de suas mãos, como se elas contivessem um pó.
Talvez por isto, sempre que este Odu aparece numa consulta, deve-se bater a mão espalmada sobre o ventre e em seguida, estendendo-a, soprar sobre sua palma, como se estivesse coberta de pó, exclamando: "Hekpa Babá”!
Alguns iniciados afirmam que este procedimento visa afastar a grande negatividade que acompanha este Odu, e que se manifesta, principalmente, em doenças que se concentram na cavidade abdominal, para nós, no entanto, o procedimento acima descrito visa, principalmente, espalhar, através do sopro, a energia de vida existente em Ofun.
Ofun garante a seus filhos, vida longa e conquistas obtidas somente depois de certa idade, quando atingem um estágio mais elevado de espiritualidade e de compreensão diante dos mistérios da vida.
Todas as pessoas, independente do Odu que possuam, quando atingem com vida, uma idade muito avançada, passam a pertencer a Ofun Meji.
Proíbe seus filhos de soprarem sobre fogo ou brasas, quer seja para apagá-los que seja para ativá-los.
Ensinou aos homens o segredo e o manejo dos ikins para se encontrar os Odu Ifá.
As pessoas deste signo devem vestir-se exclusivamente de branco, não podem andar sujas nem freqüentar lugares sujos.
Assinala o poder de Olofin sobre a terra.
Faz com que os frutos e as sementes ácidas sobre a terra germinem e se reproduzam.
Aqui nasceu o costume de se fazer juramentos às pessoas na hora da morte e a punição para quem não os cumpre.
Quando sai para uma pessoa enferma, determina que não morrerá, mas que alguém, inesperadamente, irá em seu lugar.
Tem o poder de ressuscitar os mortos.
As pessoas deste Odu, por ódio ou revolta, lançam feitiços em sua própria família. Assinalam fenômenos, bruxarias, maldições, aquisições, riqueza, força na palavra,
morte ou vida longa.
É caminho de Orunmilá, Oiyá e principalmente de todos os Orixás Funfun. Há quem afirme que Olorun se comunica com os homens através deste Odu.
Os filhos deste signo têm o poder de falar diretamente com a morte e exercerem controle sobre ela.
São bons conselheiros, caprichosos, intransigentes, implicantes e quando apelam para a violência podem perder o controle e praticar atos que os levem a caminhos irreversíveis de sofrimento e dor.
Quando vivenciam o Ire do Odu, são predestinados a viverem até idade muito avançada, conhecendo a fartura, o sucesso, a fama e a riqueza depois da meia idade.
Para eles não existe o impossível.
Não podem possuir garrafas ou potes destampados em suas casas e uma das suas principais interdições são as bebidas alcoólicas, principalmente o emú e bebidas fermentadas.
Têm tendências a sofrerem do coração e sentirem falta de ar.
Costumam criar grandes problemas quando as coisas não transcorrem de acordo com sua vontade, por acharem que tudo tem que ser feito do seu jeito.
Não costumam deixar-se levar por sentimentalismo, preferindo antes agir com a razão, pouco lhes importando o que os outros sintam ou deixem de sentir.
Possuem grande mediunidade e, quando a utilizam corretamente, conversam com os mortos, obtendo deles respostas para tudo o que querem saber.
Quando este Odu surge em opolé e vem seguido do Odu do Awo, não se pode fazer nada pela pessoa que se consulta, muito menos fazer-lhe Ifá, pois Orunmilá está avisando que esta pessoa será a destruição do Awo.
Aqui nasceu o fundamento pelo qual o Babalawo não pode guardar o dinheiro ganho em suas atividades ligadas a Ifá, tampouco pode deixá-lo de herança para seus filhos, devendo gastá-lo e usufruir dele da maneira que melhor lhe aprouver.
Quando assinala problemas de justiça para uma mulher, faz-se ebó com espigas de milho e três lenços brancos que, depois de sete dias, são amarrados à sua cabeça.
Quando surge em atefá, tem que se pegar as duas mãos de Ifá, reunir o padrinho, o Ojugbona, o Awo e alguns Awos de total confiança e sacrificarem-se duas galinhas, uma para cada mão.
Antes disto, bate-se muito amalá ilá, espalha-se no chão do Igbodun Ifá, coloca-se uma corrente na porta para que o Awo tropece nela e caia, em seguida dá-se-lhe uma surra com varas de álamo.
Quando surge este Odu numa consulta para si próprio, o Awo tem que pegar uma cabaça com água, desmanchar um ekó, ewe dundun, ewe tete, ori da costa, colocar o okpele dentro e todas as pessoas presentes devem tomar um pouco daquele omieró.
PACTO COM IKU EM OFUN MEJI
Talha-se um boneco de madeira, coloca-se sobre um pano branco junto com dezesseis moedas e limalha de todos os metais, reza-se Ofun Meji, sacrificam-se duas frangas, passa-se no corpo da pessoa e se enterra no cemitério.
Outra fórmula é descrita da seguinte forma:
Talha-se um boneco na madeira de algarrobo, junta-se dezesseis moedas, limalha de diversos metais. Limpa-se a pessoa com duas frangas, sacrifica-se uma sobre o boneco, embrulha-se no pano branco e manda-se enterrar no cemitério. Com a outra franga faz-se sacudimento na pessoa e sacrifica-se para Elegbara. O boneco fica junto do Egun da casa.
I I I
I I
I I I
I I
OFUNLOGBE OFUNALOGBE
REZA DE OFUNLOGBE
Ofunlogbe aujetre yiero ajeri gui ofá periguikí Obá. Oxun lodafun Ofun Odafo Obá Nubá Ogbe donlará Ofun, Ekodidé metá elebó. Ebejó owo elebó.
Este Odu é filho de Ofun e de Ogbe.
Sempre que surge, toca-se a barriga e sopra-se para fora.
Neste caminho expulsaram Azawani do reino de Ulkuman, na terra Lukumi (Nagô). Nasceram as secreções e fluidos do corpo humano, como a saliva, o suco gástrico,
etc., das quais o sêmen é o rei.
Aqui nasceram os espermatozóides.
Seus filhos correm o risco de sofrerem morte violenta e acidental.
Neste caminho Obatalá leva oito otás em seu igbá e fica sempre mais alto que qualquer Orixá.
Nasceu o mal cheiro das vaginas e o motivo porque a menstruação cheira mal.
Obatalá lançou maldição em Ofunlogbe porque este lhe roubou a cabra preta. Os filhos deste Odu têm problemas estomacais e não podem comer cabra.
A pessoa tem que receber mão-de-faca o mais depressa possível.
Entram em guerra com irmãos de santo ou de sangue por causa de mulheres de procedimento duvidoso.
Neste Odu a mulher se vinga do marido pelo descaso com ela e com os filhos, e depois é acusada de agir levianamente.
É necessário muito cuidado com a gravidez, pois pode tratar-se de gêmeos e existe o risco permanente de aborto. A gravidez, por si mesma, representa um risco de vida.
Suas folhas litúrgicas são o peregun, o cipreste e o pega-pinto.
As pessoas deste Odu não têm caminho em Ifá, não podem ser Babalawo, pois sua missão está dentro do culto de Orixás.
Para resolver-se problemas do estômago, faz-se ebó com tudo o que a boca come, depois, com o material do ebó, faz-se uma pasta. Fazem-se três malaguidís, sendo um de moruro, um de algarrobo e o último de mar pacífico, enche-se os malaguidis com a pasta do material do ebó, bejerekun, obí e orogbo. Lava-se com omieró e sacrifica-se sobre cada um deles, um pombo preto.
PARA DERROTAR OS INIMIGOS
Prepara-se três bolos de carne moída crua com amalá, epô e o nome dos inimigos dentro. Deixa-se por três dias nos pés de Exú. Depois de transcorridos os três dias, leva-se para a rua, passa-se por duas encruzilhadas e arria-se na terceira, regando-se com mel de abelhas. Quando se voltar para casa, rega-se Exú com mel de abelhas.
Aqui Oiyá quis, por capricho, que seu filho fosse iniciado no culto de Orunmilá. No dia do Iyojé, o rapaz não resistiu ao sacrifício, vindo a falecer. Desta forma, a palavra de Orunmilá, que indicava que o rapaz não tinha caminho em Ifá, não caiu por terra. 3 - Parte do ritual de iniciação do Babalawo, no qual o neófito é simbolicamente espancado com varas de madeira.
Neste caminho coloca-se em Orunmilá um gancho de aço cromado. Tem que se preparar Aroni, num boneco de ferro.