Tecnologia do Blogger.
RSS

Documento sem título

I  I I
I I  I
I  I I
I    I
OFUNTUWÁ OFUNTEMPOLÁ

 

REZA DE OFUNTURÁ

Boju oba ponibio oku nibide adifafun alapani akukó, iguí langui, aunko alejo lebó. Ofunturá, Ofuntempolá Ifá ogbo, ejé ogbo, epô, agutan lebó, ekodidé meji ogbo la mejo, ekú, ejá, esuxu Ofunturá Ifá adakoí.

É filho de Ofun e de Otura.

Depois de marcado no Opon, retira-se imediatamente. Não se consulta sem dinheiro.
Antes de pronunciar-se o seu nome tem-se que passar epô sobre a língua, para  que a maldição que a pessoa que se consulta carrega não atinja o adivinho.
Aqui o carneiro via Olofin antes de morrer. Erguia seus olhos para o céu e implorava por piedade, Olofin, então, o abençoava dizendo: "Cumpre teu destino, meu filho, você nasceu para ser sacrificado e por isso te abençôo".
Quando o Awo vai sacrificar para Xangô por este caminho, deve colocar em sua boca um pedaço de iguí waákika para que não fique impotente.
Neste Odu não pode faltar o iguí waákika.

Quando este Odu surge em atefá, as cabeças da cabra de Orunmilá e o do bode dos guerreiros são envolvidas em folhas de pau pereira e depois enterradas.
Isto é feito para se derrotar os arajés pois o pau pereira tem o poder de destruir os
inimigos.

Cabeça verde, cabeça oca. A língua fala antes que a mente analise o que vai ser dito. Oferece-se três pombos à cabeça da pessoa diante de Oxóssi.
Faz-se ebó com três frangas e se oferece ajapá meji para Xangô.

Coloca-se em Oxóssi um búzio dentro de um saquinho com uma flecha presa por fora, como se fosse um patuá.


 

 

I  I I
I    I
I I  I I
I    I
OFUNRETE OFUNBIRETE OFUNBILE

 

REZA DE OFUNBILE

Ofunbile nene xubo badeyá apolo abi nhankí adifafun laure umbatinló balé nifá akukó lebó. Abiyé adifafun Aminisi, ekodidé, eiyelé lebó.

Este Odu é filho de Ofun e de Irete.

Aqui nasceu a espiritualidade e a imortalidade da alma. Assinala epilepsia, principalmente quando a pessoa dorme.
O Awo deste signo tem que relacionar-se com os demais para não ser totalmente
ignorado.

Tudo o que fizer tem que ser completo, sem faltar absolutamente nada. Orunmilá manda que os Babalawos se visitem.
Quando o Awo deste Odu tem que assentar algum Orixá, quer seja para outro Awo, quer seja para qualquer pessoa, tem que, antes, tomar borí, oferecendo á sua cabeça obí omi tutu e depois etú meji ou eiyelé meji, de acordo com o que for determinado pelo jogo.
Quando este Odu surge numa consulta para um cliente, determina que a pessoa tem que fazer Santo ou Ifá (conforme for o caso).
Trata-se de uma cabeça muito poderosa, maior do que a do adivinho que, antes de fazer-lhe qualquer coisa, tem que se fazer ebó para não sucumbir.
Coloca-se para Elegbara um inhame inteiro cru e regado com epô e um obí. Depois, corta-se o inhame ao cumprido e arria-se numa praça.
A pessoa tem que assentar Obaluaye, Orixá que lhe dá tudo o que deseja obter. A pessoa vai receber uma grande graça de Obatalá.
Tem um filho que é de Iyansan e deve cuidar muito bem dele para que Oiyá não corte a sua sorte.
Não deve olhar para trás quando estiver caminhando pela rua.


 

Havia uma família cujos membros estavam morrendo e o filho mais novo era filho de Oiyá. Para salvar seu filho, Oiyá pediu a ajuda de Orunmilá que lhe fez um ebó com um galo, um pombo e água de anil. Depois disto, Orunmilá ofereceu comida ao céu e à terra dentro do mesmo prato.
Depois de passar os bichos no corpo da criança, Orunmilá colocou água de anil num prato, sacrificou ali o pombo e os apresentou ao Orun. Ato contínuo, sacrificou o galo para Ile e colocou-o ao lado do prato.

 

 


 

I  I I
I I  I
I  I I
I I I OFUNXE

 

REZA DE OFUNXE

Ofunxe adifafun Iyá, adifafun Orunmilá, adifafun Obatalá, adifafun Oxun okoxe loko akeji alaké lorubó.

Este Odu é filho de Ofun e de Oxe. Por aqui falam Orunmilá e Obatalá. Aqui nasceu o mistério de Azawani.
Foi por este caminho que Axukpá, a Lua, foi à casa de Obatalá. Este signo criou e ensinou os homens a usarem roupas.
A pessoa é perseguida pela má sorte. Tem que fazer três ebós seguidos para acabar com a perseguição.
O perigo está na avareza e no orgulho.

Para não se ferir numa confusão, é necessário fazer ebó. Existe contradição entre o Egun e o Orixá.
Deve-se fazer ebó com réstia de alho. Aqui nasceu o dom da oratória.
Assinala inveja e perda de memória. É caminho do odidé, o papagaio.
A pessoa foi abandonada ao nascer. Precisa fazer Ifá, aí está a sua salvação.
A mulher leva uma vida de desregramento sexual.

Não foi criada com boas orientações e se ficar grávida será repudiada por todos. Não pode abandonar seu filho para não ser abandonada pela sorte.
Tem que cuidar melhor de sua higiene pessoal, principalmente no que se refere aos seios quando estiver amamentando.


 

TRABALHO PARA MELHORAR A SAÚDE

Tritura-se um pedaço de coral e um pedaço de azeviche, mistura-se com iyefá rezado deste signo e bebe-se com água de rio filtrada.

 

PATUÁ DE BOLSO

Num saquinho de pano branco coloca-se: Um pedacinho de galho de vence- demanda, pó de sândalo, de penas de flamingo, de penas de garça branca, uma fava de bejerekun, obí ralado, orogbo ralado, pó de ouro e pó de prata. Fecha-se o saquinho e adorna-se com contas de Orunmilá, de Obatalá e de Oxun. Anda sempre no bolso ou na bolsa da pessoa para quem tenha sido feito.

 

CÂNTICO DO ODU

Ebó xeke xeke akukó lebó. Ebó xeke xeke eiyelé lebó. Ebó xeke xeke adie lebó. Ebó xeke xeke ejá lebó.

 


 

 

Ao trazermos a público as informações contidas neste trabalho, outra intenção não nos moveu se não a de divulgar, de forma transparente, a importância das mensagens contidas nos 256 Odu Ifá.
Já de posse das revelações inerentes aos Odu, poderá agora, o leitor, orientar-se melhor, e acima de tudo, deixar de lado as crendices tolas que se criaram em relação aos Odu.
Já está suficientemente claro que, seguindo as orientações contidas no tratado do seu Odu pessoal, o ser humano poderá prosseguir em sua vida com total segurança, evitando os percalços ocasionados pela quebra de tabus, que nos levam a situações inusitadas e indesejáveis de desconforto e infelicidade.
Seguir as orientações do Odu pessoal, observar suas interdições e viver dentro das regras nele estabelecidas é estar em equilíbrio com a sua natureza essencial o que significa viver feliz, mantendo permanentemente a condição de Ire1 .
Inútil e incompleto seria o presente trabalho se, além das orientações inerentes aos Odu, não contivesse também aquelas necessárias para que possam ser corretamente contatados através do jogo, segundo as técnicas utilizadas pelos verdadeiros olhadores.
É certo que o jogo de búzios nos leva a acessar de maneira simples e segura os dezesseis Odu Meji e alguns iniciados no culto de Orunmilá afirmam que somente por intermédio dos jogos de Ikin e de Okpele, podem ser acessados também os 240 Omó Odu.
Nossas pesquisas nos levaram à descoberta de que esta postura não passa de mais uma manobra que, como tantas outras existentes em nosso âmbito religioso, tem como objetivo único e exclusivo, assegurar a posição dos Babalawos, na medida que atribui a eles, e somente a eles, o direito de acessar o Oráculo em toda a sua amplitude.
No Brasil, como bem sabemos, o Culto a Orunmilá foi quase que totalmente extinto, restando dele vagas memórias obscurecidas pelo efeito do tempo, pela falta de informações corretas e principalmente, pela ignorância da maioria dos adeptos.
Cabe-nos portanto a obrigação de, desfazendo os mitos, derrubando os falsos tabus, colocar à disposição dos interessados a verdade sobre Ifá e seu Sistema Oracular.

 

 

1 - O termo pode ser corretamente traduzido como benção, coisas boas. Substitui em Ifá o que no Brasil se costuma denominar, em referência aos Odu, de "positivo".


 

 

COMO UTILIZAR OS SEGREDOS DE IFÁ

Ao editarmos o presente tratado, temos plena consciência da responsabilidade que assumimos diante de Orunmilá e dos Orixás mas, na certeza de estarmos cumprindo com nossa missão, ainda que correndo o risco de vermos estes segredos caírem em mãos profanas, havemos de divulgá-los, certos de que a semente agora plantada dará bons frutos e que, à consciência de cada um transfere-se a responsabilidade do uso indevido dos mesmos.
"Só ao iniciado cabe antever o segredo oculto pelo mariwo", afirma a máxima yorubá.
Confiantes nisto, prosseguimos com nosso trabalho.

COMO APURAR OMO ODU

Para uma melhor compreensão do que vai exposto a seguir faz-se necessário, se não indispensável que o leitor tenha um perfeito domínio das técnicas básicas do jogo de búzios por Odu assim como um profundo conhecimento da amarração de igbos e, para tanto, recomendamos a leitura do trabalho de nossa autoria “Merindilogun - A verdadeira técnica do jogo de búzios por Odu”.
A metodologia básica utilizada para acessar os 256 Odus de Ifá é a mesma usada nas consultas através dos 16 Odus Meji, com pequenas diferenças que passaremos a descrever.
Uma regra deve ser apreciada no que concerne ao Odu Opolé, pois o restante da consulta será feito da mesmíssima forma do jogo de 16 Mejis.
REGRA PARA SE CHEGAR AOS OMÓ ODU

Para se obter um Omó Odu é necessário:

 

  1. - Jogar-se oito mãos para um único Odu.

 

 

  1. - Em cada mão jogada, não considerar-se a presença de nenhum Odu identificado pelo número de búzios abertos.

 

  1. - Deve-se contar os búzios abertos, levando-se em consideração se representam, no seu total um número par ou impar.

 

  1. - Caso a soma de búzios abertos se configure num número par (2 - 4 - 6 - 8 - 10 - 12 - 14 ou 16) , marca-se um sinal simples ( I ).

 

  1. - Se ao contrário obtiver-se um número impar (1 - 3 - 5 - 7 - 9 - 11 - 13 ou 15), marca-se um sinal duplo ( I I ).

 

  1. - Os sinais correspondentes à cada jogada são marcados de acordo com a seqüência que se segue, da direita para a esquerda e de cima para baixo:

2a   jogada <----------< 1a  jogada.
4a   jogada <----------< 3a  jogada.
6a   jogada <----------< 5a  jogada.
8a   jogada <----------< 7a  jogada.

 

  1. - Se em qualquer caída nenhum búzio estiver aberto, o jogo está fechado, (esta caída - nenhum búzio aberto - chama-se Opira e determina fechamento do jogo).

 

  1. - A leitura deverá ser efetuada da direita para esquerda, o que significa dizer que o nome do Odu que se formar na coluna do lado direito (primeira perna), será mencionado na frente do que se formar na coluna da esquerda (segunda perna).

 

  1. - Cada Omó Odu representa uma figura oracular independente dos Odu que, ao se acoplarem, lhe deram origem. Cada um deles tem todo um significado próprio e independente daqueles dos quais são originários.

 

Vamos exemplificar de forma prática:

Ao jogarmos para chegar a Omó Odu, lançamos oito mãos, obtendo a seguinte seqüência de búzios abertos:
1a mão: 3 búzios abertos - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II). 2a mão: 6 búzios abertos - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) . 3a   mão: 4 búzios abertos  - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) .


 

4a mão: 11 búzios abertos  - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II) 5a mão: 7 búzios abertos  - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II). 6a mão: 8 búzios abertos  - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) . 7a mão: 10 búzios abertos - o número de búzios abertos é par, o sinal é simples (I) . 8a   mão: 9 búzios abertos  - o número de búzios abertos é impar, o sinal é duplo (II) .
Desta forma, seguindo-se a seqüência de jogadas de acordo com os sinais obtidos, temos formada a seguinte figura:
2a   jogada (par)   I    -    1a   jogada (ímpar) I I 4a   jogada (ímpar) I I  -    3a   jogada (par)    I 6a   jogada (par)   I    -    5a   jogada (ímpar) I I 8a   jogada (ímpar) I I  -    7a   jogada (par)     I
OXE                         OFUN

O Odu resultante do encontro de Ofun com Oxe é "Ofunxe".

Mais um exemplo onde na seqüência de oito jogadas, obtivemos os seguintes números de búzios abertos:
1a   = 2  / 2a   = 5  / 3a   = 7  / 4a   = 6  / 5a   = 11  / 6a   = 10  / 7a   = 8  / 8a   = 12 /
De acordo com a regra, marcaríamos para a 1a jogada, um sinal simples ( I ); para a 2a jogada, um sinal duplo ( I I ); para a 3a , um sinal duplo ( I I ); para a 4a , sinal simples ( I ); para a 5a , sinal duplo ( I I ); para a 6a , sinal simples ( I ); para a 7a  , sinal simples ( I ) e para a 8a e última jogada, um sinal simples ( I ), o que, depois de transcrito, nos daria a seguinte figura:
I I         I
I         I I
I         I I
I          I
OSÁ  - ODI
Observando-se a regra, a leitura é feita da direita para a esquerda, ou seja, a figura da direita (ODI) tem o seu nome inscrito na frente da figura da esquerda (OSÁ), e, desta forma, o Omó Odu obtido é ODISÁ.


 

Mais alguns exemplos, seguindo-se a seqüência de oito jogadas, aqui anotadas da esquerda para a direita e marcadas da direita para a esquerda:
a: 1 - 5 - 6 - 9 - 7 - 12 - 4 - 3 :  I I       I I
I I        I
I         I I
I I        I
OTURUKPON  / OFUN = OFUNTRUKPON

 

b: 2 - 3 - 5- 16 - 9 - 4 - 8 - 7 :       I I      I
I       I I
I       I I
I I      I
IWORI  -  ODI  = ODIWORÍ

 

c: 4 - 2 - 6 - 9 - 8 - 5 - 12 - 15 :      I        I
I I      I
I I      I
I I      I
OBARA        OGBE = OGBEBARA

 

d: 6 - 8 - 2 - 4 - 5 - 9 - 4 - 6 :        I        I
I        I
I I     I I
I        I
IRETÊ  -  IRETÊ = IRETE MEJI

 

e: 8 - 4 - 9 - 0 - 13 - 5 - 2 -3 : Neste caso, tendo a quarta caída se configurado com todos os búzios fechados, não se prossegue o jogo. Esta caída (Nenhum aberto), é determinante de fechamento de jogo e exige certos cuidados e procedimentos especais. Não se trata de nenhum Odu, e seu nome é Opira.

 

Como podemos observar no exemplo "d", ocorrendo repetição da mesma figura nas duas "pernas", temos um Odu Meji, o que significa dizer que a possibilidade de obter-se qualquer um dos 16 Meji é a mesma da obtenção dos 240 Omó Odu.

 

Devemos ressaltar que os Odu Ifá não estão relacionados à qualquer número, identificam-se, isto sim, pela configuração resultante da combinação de quatro sinais simples ou duplos, superpostos numa coluna.


 

Se no jogo de búzios identificamos os Odu Meji, e somente estes, pelo número de búzios abertos em cada jogada, isto não significa dizer que o Odu seja o número de búzios que o representa, da mesma forma que um cidadão não é o número de sua carteira de identidade, que serve apenas como elemento de identificação do mesmo.
Assim sendo, Obará não é o número seis, da mesma forma que Oxe não é o cinco e que Odi não é o número sete, e estes números são apenas os códigos através dos quais podemos identificar as suas presenças, de acordo com uma convenção estabelecida entre Exú e os sacerdotes do culto de Orunmilá.
O conhecimento do Odu pessoal é, como ficou claro, de suma importância para que se encontre o perfeito equilíbrio na vida.
É muito raro encontrarmos pessoas que sejam de Odu Meji e a possibilidade matemática de que isto possa ocorrer é bastante remota.
Todos têm o direito de orientar suas vidas, buscar o equilíbrio e a segurança que o conhecimento das mensagens contidas no seu Odu pessoal podem proporcionar e isto só é possível através da consulta ao Oráculo de Ifá, devendo serem desprezadas todas e quaisquer técnicas baseadas em cálculos matemáticos, feitos, quer seja a partir da data de nascimento da pessoa, quer seja pela numerologia do seu nome.
O Oráculo Divinatório de Ifá é praticado há muitos e muitos séculos, sendo originário do coração da África Negra, desde uma época em que as pessoas sequer conheciam o calendário, não sabiam as datas dos seus nascimentos, não liam, não escreviam e não dominavam a aritmética.
De que forma - questionamos - poderiam saber a qual Odu pertenciam?

A numerologia é uma ciência completa e eficiente, mas de origem absolutamente diversa do Oráculo de Ifá, ao qual é estranha.
Sabemos que os algarismos correspondem à potências e energias que atuam efetivamente sobre o destino do homem, mas isto nada tem a ver com Ifá.
Se os cálculos matemáticos funcionassem dentro do nosso sistema oracular, a coisa seria simplificada de tal forma, que poderíamos jogar fora os jogos de búzios, okpele e ikins e substituí-los por calculadoras ou computadores que, com o simples acionar de alguns botões, nos dariam as respostas desejadas.
Mas onde ficaria a interação com o Sagrado, estabelecida através da iniciação? Onde o mistério? Onde o Awo?


 

É chegado o momento de darmos termo à mistificação, ao embuste e à manipulação! É chegado o tempo de abrirmos para todos, as portas do conhecimento, dando fim aos experimentos que tantos males têm ocasionado à pessoas que, dotadas de boa fé, deixam-se levar pelas falsas "verdades" criadas, não por maldade, mas por falta de acesso ao procedimento legítimo.
Sabemos perfeitamente que as revelações e ensinamentos aqui contidos encontrarão opositores ferrenhos que, vendo desmoronar o castelo de mentiras em que se aquartelaram, resistirão ferozmente aos nossos ensinamentos.
Sabemos ainda que, muitos daqueles que conhecem estes fundamentos irão também se opor, não por contestarem sua veracidade, mas por verem na sua divulgação o risco de perderem o controle sobre tantos quantos têm manipulado durante muito tempo.
Segundo afirmam os Babalawos, somente eles podem, através do jogo de Ikins, determinar o Odu de qualquer pessoa. Contestamos com veemência esta postura embasados não somente em nossas pesquisas e experiências, como também na experiência de outros pesquisadores, iniciados ou não.

 

Se assim fosse, no Brasil, onde a falta de Babalawos sérios ou legítimos é notória, seria impossível à qualquer pessoa conhecer o seu Odu.

 

Sabemos no entanto que, qualquer pessoa habilitada a acessar o Oráculo pode, através dos búzios, "sacar" o Odu pessoal de quem quer que seja, sem que para isto o interessado tenha que ser submetido a qualquer tipo de iniciação e que este tipo de procedimento é indispensável para todos os iniciados e iniciandos e é em Pierre Verger que vamos buscar subsídios para o que afirmamos:


 

Procura do Odu

"De manhã cedinho, cada um dos omó titun é levado separadamente ao local consagrado a esse deus. O iniciado é sentado sobre um pano branco, de costas para o Ojú Xangô, e entre suas pernas estiradas coloca-se um edun-ará, o mesmo que serviu para sua consagração ao deus no dia do oroxíxe. Iyá Xangô pergunta-lhe: "Procuras o poder do Orixá ou o dinheiro?" O candidato responde: "É o poder do Orixá que eu quero". Em suas mãos juntas ele recebe de Iyá Xangô dezesseis búzios, com os quais fará a adivinhação.
"O omó titun esfrega os búzios nas mãos, com elas aponta para os quatro pontos cardeais, para o alto e para o chão, toca-se três vezes na testa e joga-os sobre o pano, entre suas pernas. Iyá Xangô examina a posição dos búzios, contando os abertos e os  fechados,  e  em  voz  alta  anuncia  o  resultado,  provocando  comentários  dos
espectadores...2

 

 

 

 

 

2 - Verger, Pierre Fatumbi. Orixás - Deuses Africanos na África e no Novo Mundo. Pg. 41. Editora Corrupio, Salvador, 1981.


 

 

É importante deixar-se claro que a cerimônia acima descrita, refere-se à uma iniciação, ocorrida na África, de um elégun Xangô, motivo pelo qual citam-se fundamentos deste Orixá, como por exemplo o edun-ará.
Vimos, mediante o exposto, que é perfeitamente possível aos pais e mães de Santo "sacarem" os Odu de seus filhos e clientes, desde que observadas as regras e os procedimentos estabelecidos para este fim.
Podemos afirmar com absoluta certeza que, de posse do conhecimento do seu Odu pessoal, cada indivíduo pode viver com muito mais tranqüilidade, sabedor que passa a ser do que deve ou não deve fazer, que tabus lhe são impostos, quais os Orixás que deve cultuar, quais folhas lhe são propícias, cores, alimentos, procedimentos, tendências, defeitos, qualidades, etc., etc., etc., como se adquirisse uma espécie de radiografia de seu destino, da sua vida e do seu caráter. Nossa trajetória neste mundo é determinada por nós mesmos, antes de cada nascimento, através da escolha do nosso destino que é balizado pelas regras e mandamentos que nos são revelados através do nosso Odu pessoal.
As tendências por eles trazidas, não devem ser vistas como provas incontestáveis do caráter e do procedimento de cada um pois, pelo livre arbítrio, a pessoa tem a opção de seguir ou não estas tendências, livrando-se, através do seu conhecimento, das coisas ruins que podem ser vivenciadas na sua estadia sobre a terra.
O mal pode ser evitado, o bem deve ser perseguido e desta forma, seguindo os ensinamentos de Ifá, na observância plena das orientações contidas nos seus signos, podemos viver em total equilíbrio com a natureza, vivendo o Ire dos nossos Odu.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário