I I I I I I I I I I OTURAGUNDÁ OTURAIRÁ REZA DE OTURAGUNDÁ Oturagundá ire ajê Timbelaye, ire ilé Osain. Oturairá Ogundá ire Ogun Alagbedé Inle mopun, Ogun jé, Ogun jé, Ogun jé mowa Iye Ogun Onire. Orunmilá Obarabaniregun ire metá ebó axegun otá lese Ogun. Este Odu é filho de Otura e Ogundá. Foi neste caminho que a mãe de Ogun o criava entre efeminados. Foi aqui que certo Awo fez o primeiro Axé Osain e por isto ganhou muito dinheiro e mil ajapás. Nem o rei é mais que a pessoa. Prenuncia problemas de justiça e operações cirúrgicas. Neste Odu Ogun sustentava o mundo sobre os ombros. Dá indicações para salvação, esta é sua missão no mundo e na vida. Coloca-se uma chave de ferro no assentamento de Ogun. Este é um Odu de espíritas e de grandes videntes. Elegbara caminhava por este Odu, mas não conseguia chegar aos pés de Olorun, até que Xangô lhe outorgou este poder. O Elegbara deste signo leva folhas de serralha, edú ará e uma moeda de prata. Neste Odu nasceu a separação dos seres humanos bons dos maus e que os semelhantes devam permanecer juntos. Os filhos deste Odu são pouco considerados pelos seus semelhantes. Os Awo deste Odu devem ser evitados porque roubam a sorte das pessoas que andam em sua companhia. A pessoa tem que estar atenta, pois num sonho que alguém lhe irá contar está a sua felicidade. Receberá a chefia e o comando de alguma coisa. Assinala a existência de um Egun que faz com que a pessoa seja inimiga de sua própria mãe. Para despachar este Egun e sua má influência, a pessoa tem que fazer ebó, antes do qual suas roupas são rasgadas no seu corpo, tendo que ficar completamente nua. Depois do ebó tem que tomar banho de folhas de aberinkuló. O ebó leva uma franga e três pedaços de carne bovina que depois de passados no corpo da pessoa, são embrulhados nas suas roupas rasgadas, regados com bastante otí e despachados numa mata. EXÚ OLOJÓ Entalha-se um boneco de cedro que leva no seu interior além das coisas comuns a todo Exú: Uma pedra colhida numa mata, folha da fortuna, ewe waákika (Spendias membis. Gris), cansanção, ewe eran (Sporobolus. R. Br.), três grãos de milho, três pedaços de inhame, três agulhas virgens, sete contas verdes, sete contas amarelas, sete grãos de ataré, uma pena de ekodidé, carvão vegetal, penas de pescoço de galo, penas de peru, bejerekun, obí, orogbo e fava de aridan. SEGREDO DO ODU O Ogun do Awo deste signo tem que levar 101 ferramentinhas. Quando se tratar de Awofakan ou Akofá, leva todas as ferramentas em dobro, com exceção da bigorna e do ofá. I I I I I I I I I I OTURASÁ REZA DE OTURASÁ Oturasá impojampô, gueguerê nifá, impojampô Owe omó Lampé Xangô, Lampé Olorun. Oturasá owo epô okojoni. Este Amolú é filho de Otura e Osá. Aqui nasceu o vitiligo5, doença que provoca a perda pigmentação da pele. Nasceu a mumificação dos cadáveres. Nasceu o Livro dos Mortos. A pessoa tem proteção de um Espírito egípcio. Oferecem-se a Orunmilá pássaros de plumagens deslumbrantes. Fala do equilíbrio do mundo que foi obtido por Xangô ao dar três voltas no globo terrestre montado num carneiro mítico. Os filhos deste Odu têm que botar em Oiyá uma máscara com cara de leão, um dente e uma garra deste animal. Neste caminho Yewá destruiu a terra de Oturasá com folhas de salsa. Oturasá é muito mentiroso, não cumpre o que promete, pode ser vítima de adultério por ser muito despreocupado com tudo. É amaldiçoado pelas mulheres, não deve viver com mulher branca e morre ferido pelas costas. Por causa de uma pessoa pode perder a vida, o inimigo está dentro de sua própria casa e por ter cabeça ruim acaba sempre recolhido na casa de terceiros. Este Odu fala de fenômenos meteorológicos. Neste caminho Ogun come ajapá e se oferece inhame a Obatalá. 5 - O vitiligo ou vitiligem é uma afecção cutânea caracterizada pelo aparecimento de placas brancas cercadas de áreas mais escuras provocadas por má distribuição do pigmento cutâneo. A pessoa tem que tomar banhos com folhas de Obatalá durante três dias seguidos. Ogun, por este caminho, tem que ser assentado numa panela de ferro com três pés. Este é um Odu de bruxarias. Aqui falam três casas: A da pessoa, a cadeia e a sepultura. Pega-se um ramo de sálvia, embrulha-se em pano branco e se prende atrás da porta. Oferece-se um melão dividido ao meio para Ogun e Iyemanjá. Na metade endereçada a Ogun coloca-se pó de peixe defumado, pó de ekú defumado, pó de efun e ori da costa, coloca-se em cima de Ogun de boca para baixo e se cobre com pano branco. A parte de Iyemanjá é entregue de boca para cima coberta com pano vermelho. Para que o Awo deste Odu não morra de forma súbita e precoce tem que fazer um boneco cujo tamanho seja correspondente à distância exata de seus joelhos ao seu coração. Os braços e pernas do boneco têm que ser articulados e dentro dele se coloca cabelos do Awo, unhas, roupas suadas, coração da cabra de Orunmilá, pó de ekú, pó de ejá, milho, edun ará pequeno, pau de ewe moro (Psychotia brownet - A. Rich), de goiabeira, iguí yaya (Ozandra laceolata. Asw. Benth), folha de tabaco, fava de bejerekun, obí, orogbo, raiz de iroko, de iguí waákika. Este boneco deve permanecer no quarto de Orunmilá e vestir roupas novas de três em três meses. As pessoas deste Odu não podem viver na companhia de filhos de Ogun. Os Awo deste Odu têm que colocar dentro do seu Ifá um boneco de pano feito com suas próprias roupas. Dentro deste boneco colocam-se cabelos do Awo, bejerekun, obí e orogbo. Veste-se com mariwo. I I I I I I I I I I I I OTURAKA REZA DE OTURAKA Oturaká adifafun Obanilá Koade wowé eni weré bogbo mabinú unbó wá Orunmilá lofobani Exú mafun Oturaká adê lebó. Este Odu é filho de Otura e Iká. Aqui a desobediência custa a vida. O Awo deste signo tem que ter um obé de madeira da árvore do pó-de-mico junto de seu Elegbara. Neste Odu foram experimentados diferentes obés para os sacrifícios, mas todos provocavam enfermidades no Awo, somente o de madeira do pó-de-mico lhe trouxe saúde e forças e por isto foi escolhido para as cerimônias de ijébale. Aqui Ogun não tinha vontade para a prática sexual e por isto fingia estar doente para justificar-se diante de sua mulher. Este signo assinala impotência. A pessoa tem que tomar um banho de mar e aquilo que encontrar na praia deve trazer para casa e colocar atrás de sua porta para garantir boa sorte. Sacrifica-se uma franga para Ogun. Faz-se uma coroa com dezesseis ekodidés, passa-se sobre o opon rezando-se Oturaká e se coloca sobre o igbá do Orixá, seja qual for. As mulhres deste signo encontram a verdadeira felicidade casando-se com um Babalawo. Por este Odu Orunmilá recomendou a Ogun que fosse mais calmo e que quando se zangasse, não atirasse as coisas longe, como costumava fazer. Ogun não deu atenção aos conselhos e continuo a agir da mesma forma até que um dia, ao chegar em casa aborreceu-se diante de uma coisa banal e cheio de raiva atirou seu facão com força contra a parede. A arma bateu na parede e voltando cravou-se na barriga de Ogun, ferindo-o gravemente. A pessoa deve seguir as orientações de Orunmilá para não sofrer sérios danos. Tem que ter muito cuidado com operações cirúrgicas. Aquilo que busca fora de casa pode ser encontrado dentro dela. Um descontrole emocional pode custar-lhe a vida. Não deve ser tão inflexível, deve agir com mais calma e observar que algumas coisas não são tão graves como parecem à primeira vista. Tem fama de ser bruxo e de possuir muitos conhecimentos mágicos. Deve cuidar da parte interna de seu corpo, pois tem tendências a sofrer problemas de diarréias, colite e do fluxo sangüíneo Em sua família existe pessoa paralítica ou que morreu com paralisia. Tem que cuidar muito bem do fígado. Este Odu assinala a existência de um morto que deseja ajudar a pessoa, mas não consegue por lhe faltar luz suficiente, o que lhe causa grande sofrimento. A pessoa tem que orar por este espírito e acender-lhe velas para que possa evoluir e lhe trazer o auxílio necessário. Em sua casa é comum sentir-se cheiro de ervas ou de esperma. É preciso agradar Omolú. A pessoa está sendo vigiada e pode ser surpreendida. Deve prestar atenção para não ser roubada ou perder dinheiro na rua. A pessoa anda em busca do companheiro ideal que tenha paciência suficiente para suportar suas malcriações e grosserias. Nada lhe cai bem e para ser feliz tem que fazer Ifá, recebendo Awofakan ou Akofá. Se for mulher tem que, além de receber Akofá, casar-se com um Babalawo. I I I I I I I I I I I I OTURATRUPON REZA DE OTURATRUPON Babá Turukpé Awo ado Katobina, Awo Alaketu, ajá adifafun falofun, adifafun a loma abaso alagbá bomó aledodô ajakolo nilé igbín kalolô komikolo aro mabomo lodó ajankanlenile. Este Odu é filho de Otura e Oturukpon. Foi neste caminho que Xangô fez com que seu oxê explodisse e se transformasse em chamas diante de todos e a partir de então passou a ser o mais temido entre seu povo. Por este caminho colocam-se charutos acesos para Xangô. Assinala que a pessoa está enferma e passando por dificuldades. O segredo deste Odu é pegar dois charutos, amarrá-los juntos, enrolá-los bem com fita vermelha e colocá-los dentro da gamela de Xangô. Uma vez por semana acende-se outro charuto e sopra-se a fumaça por três vezes dentro de Xangô. O charuto aceso é despachado nos pés de uma palmeira. Quando a pessoa tiver uma guerra com alguém, pega os charutos envolvidos com a fita vermelha, prende neles um papel com o nome de seus inimigos, passa no corpo e despacha na encruzilhada. A pessoa tem que assentar Oxóssi o mais depressa possível. Tem que ter muito cuidado com uma filha que é muito saliente, por causa dela poderá ter que matar alguém. Não deve criar filhos dos outros, pois depois de crescidos se transformarão em seus maiores inimigos. Existe um Egun que fica parado na porta da casa da pessoa e que lhe dá proteção. Deve-se colocar uma pedra atrás da porta para que ele se assente e sacrificar, uma vez por ano, sobre esta pedra, um galo branco. Trata-se do espírito de um indígena (caboclo) muito poderoso. Tem que oferecer frutas à Iyemanjá e sacrificar-lhe, de vez em quando, dois galos carijós que são despachados no mar. A pessoa deste Odu tem que assentar Olokun e dar comida a Iyemanjá e a Elegbara. Se maltratar filhos de Iyemanjá a sorte vai-se embora. Se cometer faltas com Iyemanjá ou Olokun, pode afogar-se no mar. Este é o caminho de Awo Falolu e da pérola negra. Neste caminho Elegbara tornou-se prisioneiro. Oxun andava com homens na esperança de obter um marido. Aqui o guerreiro casou-se com a princesa. SEGURANÇA DE OTURATRUPON Uma fava olho-de-boi, pau de resposta, cabeça de pica-pau, de fradinho (pássaro), de gavião, pau ferro, vence-demanda, para-raio, ewe jamao (Guarea trithiloide - Meliacea), abre- caminho, obí, orogbo. Come etú e galo. Neste Odu tem-se que assentar Olokun e cultuar Iyemanjá e Elegbara. Os filhos deste signo não podem maltratar pessoas de Iyemanjá porque perdem a sorte. Suas faltas com Iyemanjá e Olokun são punidas com morte por afogamento no mar. I I I I I I I I I I OTURARETE OTURATIJÚ REZA DE OTURARETE Oturarete, Oturatiju, tiju, lapé lobomini Yewá kurotio Exú Laroye, adifafun Exú Lario. Kaferefun Orunmilá. Este Odu é filho de Otura e Irete. É neste caminho que as mulheres se dedicam aos cuidados de Orunmilá. O Awo cuida da Apetebi, mas não pode manter relações sexuais com ela. Aqui surgiu o sacerdócio das vestais, que eram donzelas, esposas da divindade e encarregadas de seu culto. É o Odu das monjas. Aqui Orunmilá vem viver espiritualmente com sua apetebí, tendo-a como verdadeiras esposas. Neste Odu nasceu o movimento das ondas que provocam o desgaste das costas marítimas. Assinala altos e baixos na vida da pessoa. Preconiza a destruição do lar. Fala de doenças ósseas. A pessoa sofre de uma perna por influência do espírito de um indígena que era manco. Neste Odu Orunmilá fez ebó para um cliente e não conseguiu solucionar o problema, o que lhe trouxe muitos aborrecimentos. Quando este Odu surge numa consulta o Awo tem que ter muito cuidado com o ebó, pois não é assegurado o resultado. Para não ter aborrecimentos posteriores, tem que riscar o signo no iyerosun e despachar junto com o ebó. A pessoa foi enfeitiçada com um trabalho feito com um Egun sem luz. O trabalho foi enterrado nos pés de uma árvore. A pessoa tem que tomar borí com banana maçã. O Awo deste Odu tem que fazer ebó todas as vezes que participar de uma iniciação de Babalawo, Akofá ou Awofakan. Sempre que surge este Odu, o Awo tem que cortar um ekó ao meio, regar com epô e oferecer a Elegbara. O filho deste Odu tem um guia espiritual árabe. Aqui terra e mar se distanciam. EBÓ EM OTURARETE Um galo, uma galinha e um pombo. Os bichos são passados na pessoa, sacrificados e depois comidos por todos os que estiverem na casa. Os ossos, as penas, e todos os restos, são colocados numa lixeira e deixados na frente de casa. Coloca-se em Elegbara um galho de álamo com três cascos de igbín e três chocalhos de cascavel amarrados. Coloca-se a clara de um ovo num copo, se apresenta a Olorun e oferece-se a um espírito oriental para que ajude a pessoa. EXÚ DE OTURARETE Para montar este Exú a pessoa tem que, primeiro, recolher uma pedra qualquer numa encruzilhada de rua. A massa é preparada misturando-se à tabatinga, os seguintes ingredientes: Pó de ekú, de ejá, milho torrado, ataré, mel, epô, otí, obí, orogbo, raspa de 21 tipos de madeiras de árvores de Exú, sete folhas diferentes de Exú, sete raízes de plantas de Exú, três folhas de cansanção, terra de formigueiro, varredura de uma igreja, terra de uma mata, de uma praça, de quatro esquinas, raspa de chifre de boi, pó de penas de cabeça de coruja, uma cabeça de pombo, uma cabeça de galinha, três búzios para os olhos e a boca, uma lâmina de faca para o alto da cabeça, um eleké de Orunmilá e um de Xangô para o pescoço. Modela-se na forma de uma cabeça humana.
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