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DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ PARTE VII

 

I      I
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I I    I I
I I    I I OBARA MEJI

 

REZA DE OBARA MEJI

Obara Meji Oni Olabara ejebara kikate Awo Komakate Arajé Komakate ará Orun adafun bogbo Eiekó orofó lorubó bogbo tunuyen.

 

Este signo é masculino, filho de Olofin e de Anaxé. Seu nome significa "Dois Reis". Nele nasceram as riquezas, as jóias e as crianças.
Obará Meji é a inteligência da Terra. Representa a sabedoria.

Foi através deste caminho que os egbá foram à terra dos kongos para adquirirem conhecimentos sobre bruxarias praticadas com os espíritos.
Fala de um Egun que deixou feitiços enterrados em algum lugar e está querendo que a pessoa os desenterre e reative.
Foi neste caminho que as mulheres aprenderam a fazer sexo oral. Proíbe seus filhos de comerem farinha de milho.
Expressa a força e a rudeza masculina. Neste caminho Osain come ajá.
Pune as mulheres adúlteras com a morte.

A pessoa tem que cultuar Egun, Orunmilá e seu Orixá. Foi aqui que o gato serviu a Orunmilá e a Obatalá.
A pessoa tem que cultuar seus ancestrais.

Aqui nasceram os mestres e as técnicas de ensino. Nasceu a falsificação de moedas.


 

Obara Meji criou o guarda-chuva e a bandeira. Por ter feito o ebó determinado por Elegbara, a bandeira tornou-se muito mais importante que o guarda-chuva.
Fala de traição e de insegurança. É um Odu de desmoralização e perda de prestígio. Suas mensagens são difíceis de serem entendidas e mais difíceis de serem explicadas. Sua fala é demasiadamente incômoda.
Assinala traição e engano dentro de casa. A pessoa não tem amigos e suas coisas se confundem entre o bem e o mal.
Indica que a pessoa é vítima de injúrias e calúnias e que seu próprio cônjuge a
engana.

Possui vícios relativos à prática sexual.

O que não faz em casa com o cônjuge; faz na rua com o amante. Sonha com algo impossível de ser obtido.
A mulher, quando está com o marido, pensa em outro e finge sentir coisas que na verdade não está sentindo.
O homem é frio com a mulher e acaba por abandoná-la porque sente vontade de agredi-la fisicamente.
É  um  Odu  de  enganos  e  tragédias.  Seus  filhos  são ardilosos  e  nunca  usam de
franqueza.

Foi neste caminho que, pela primeira vez, o espírito de um morto utilizou o corpo de um vivo para manifestar-se e praticar a caridade.
Aqui foi criado o fundamento que obriga o Awo a dançar e pactuar com a morte na dança da Atena.
Neste Odu se fazem as coisas verdadeiras e as falsas com a mesma naturalidade.

Para resolver seus problemas a pessoa oferece duas galinhas pretas e aguardente a Orunmilá. As galinhas são divididas ao Meio.
Neste Odu fala todo o bem e todo o mal do mundo.


 

EBÓ PARA AFASTAR O MAL

Coloca-se iyefá no opon e marca-se, no centro, Ejiogbe; no lado direito, Obara Meji e no lado esquerdo, Obarabogbe. Reza-se os signos marcados e deixa-se no opon. Prepara-se um ekó e se desmancha na água e depois mistura-se ao líquido o iyerofá do opon. Salpica-se um pouco do líquido por toda a casa e depois espalha-se por cima da água salpicada no chão, amalá de quiabo cru batido com água. Feito isto, joga-se para ver se está tudo bem, saca-se outro signo e varre-se o ebó para a rua.

 

AXÉ DE SEGURANÇA EM OBARA MEJI

Um galo preto, uma pomba, um igbín, três otás, uma quartinha com água de rio, terra de casa, tabatinga, três peixes frescos pequenos, três anzóis, pó de ekú, pó de ejá, epô, milho, mel e otí.
Prepara-se a massa da seguinte forma: Mistura-se à tabatinga um pouco da água de rio e os pós relacionados. Com a massa pronta faz-se uma bola deixando um buraco no meio, como se fosse um pote. Dentro do buraco colocam-se os anzóis, os otás, os peixes e o milho. Sacrificam-se as aves deixando o ejé correr dentro do buraco. Colocam-se ali as cabeças das aves sacrificadas e cobre-se com mel, epô e otí. Puxa-se o igbín e coloca-se, dentro do  buraco, a carne e a casca. Fecha-se o buraco, marca-se Obara Meji na parte exterior e coloca-se a bola dentro de um alguidar. Enfeita-se com búzios e deixa-se secar à sombra. Esta segurança fica ao lado de Elegbara e, sempre que ele comer; recebe um pouco de ejé.
Xangô fala e dá ordens através deste signo, embora seja o Odu da mentira.

A pessoa não deve demorar a fazer o que planeja sob pena de, quando resolver fazer, já ser demasiadamente tarde.

 

EBÓ EM OBARA MEJI

Três folhas de osán (Chrysofillum cainito, Lin.), uma folha de louro, um pano preto, um galo, uma franga bem novinha, uma codorna, uma galinha d'angola, um ofá, duas cabeças de peixes frescos, pó de ekú, pó de ejá, epô, terra de encruzilhada, terra de casa, amalá, um boneco de pano, um sapotí, uma língua de boi, ewe dundun (sempre-viva), otí e moedas.
Sacrifica-se o galo e a franga para Egun, retiram-se as línguas das aves e enterra-se aos pés de um iguí wakiká (Spendias membin, Lin) junto com o amalá, as cabeças de peixe e a língua de boi.


 

O galo e a codorna são sacrificados a Elegbara. Passa-se tudo no corpo do cliente, embrulha-se no pano preto, joga-se por cima as terras e os demais ingredientes, faz-se uma trouxa e despacha-se em água corrente.
Com as folhas relacionadas prepara-se um omieró para o cliente banhar-se depois do
ebó.

 

PATUÁ PARA CONSEGUIR DINHEIRO

Secar as sementes de uma abóbora, torrar e fazer pó. Este pó é misturado ao pó de ekú e de ejá e a alguns grãos de milho. Coloca-se tudo num saquinho que deve ser carregado sempre no bolso da pessoa.

 

SIMPATIA PARA NÃO SER ESQUECIDO

Para não ser esquecido pelas mulheres, o homem deve lavar o pênis com cachaça misturada com canela em pó. Antes de fazer a simpatia tem que rezar Obara Meji.

 

PARA PROTEÇÃO

Coloca-se três tigelinhas atrás da porta de casa, uma com água da bica, um pedaço de enxofre e um pouco de pólvora; a outra com água de poço e um pedaço de carvão e a terceira com água de chuva e salitre. Coloca-se, em Elegbara, uma sineta que deve ser constantemente lavada com água de coco.

 

TRABALHO PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS

Cozinhar  uma  língua  de  boi  com  quiabos  picados  e  oferecer  quente  a   Xangô.
Pergunta-se onde será despachado depois de ficar seis dias diante do Orixá.


 

I      I
I      I
I     I I
I     I I
OBARABOGBE

 

REZA DE OBARABOGBE

Obarabogbe lantosi Omódu omi ke eboada felebó. Okilanfirú ekú, okilanfirú ejá, okilanfiru jio-jio. To iban Exú Sokoboni elebó.

 

Este Odu é filho de Obara e de Ogbe.

Aqui  nasceu  o  tambor  de  Ifá  e  o  abaninho  que  simboliza  todos  os   Babalawos
falecidos.

As pessoas deste signo têm problemas com seus vizinhos e vivem cercadas de
inimigos.

Ensina que as doze horas é uma hora sagrada. As paredes têm ouvidos.
Têm que dar comida aos Guerreiros e a Elegbara.

Olofin ordenou que este Odu pintasse as representações dos demais signos na Atena-Ifá para consagrar um Babalawo.
O dinheiro chega através de uma mulher.

A pessoa para quem sair este signo deve afastar-se de sua terra natal para não ser
presa.

Deve ausentar-se de seu país por um período mínimo de cinco anos e mudar sua maneira de ser e de agir.
Confia demais em si mesma e não tem um só amigo que lhe seja fiel. Tem muito olho grande em cima.
Neste caminho, por serem permissivistas, Obatalá e Xangô foram acusados de serem efeminados.
Aqui nasceu a guerra entre Xangô e Oxun. Por este motivo os filhos de Xangô não devem iniciar filhos de Oxun e vice-versa.
Ninguém dá valor ao que possui a não ser depois que o perde. A pessoa não sabe o que quer da vida.


 

Este Odu fala de encobrimento de coisas más.

 

SIMPATIA PARA DEFESA DOS BENS

Pega-se um ovo goro, roda-se por três vezes em volta da cabeça e atira-se longe dizendo: - Assim como este ovo não produz pintos, ninguém poderá levar nada do que me pertence.

 

EBÓ PARA DESPACHAR ARAJÉ

Pega-se uma cabaça, abre-se e coloca-se em seu interior: ewe asan (Chrysophylum oliviforme, Lin.), cansanção, sete sementes de ataré, pó de ekú, pó de ejá e enche-se, até o meio, com melado de cana. Arria-se aos pés de Yemanjá com duas velas  acesas. Pergunta-se no jogo, quantos dias fica diante do Orixá e onde se despacha.

 

EBÓ PARA TROCA DE CABEÇA

Um carneiro, um cabrito, álamo (figueira santa ou figueira branca), aberikuló (cascaveleira), pano estampado, uma cabaça pintada de preto e vermelho, arroz cru, gergelim, uma bruxinha de pano (do sexo da pessoa para quem se faz o trabalho), uma vara do tamanho da pessoa, ilá, terra de rua, varredura da casa da pessoa e pelos de gato.
Passa-se tudo na pessoa e arruma-se na cabaça. Sacrifica-se o cabrito e o carneiro para Xangô, retiram-se as vísceras dos animais e coloca-se dentro da cabaça. Fecha-se, embrulha-se com o pano estampado e despacha-se no local determinado pelo jogo.


 

I I    I
I I   I I
I I   I I
I I    I I OBARAYEKU

 

REZA DE OBARAYEKÚ

Obarayekú kekeré omá Ajé, eri omi Ajé Aibo, omá Ajé Apuparere, apupe gogo Ikú opawéwé, Ikú apaxeré, Orunmilá lorugbo idá agutan, ebewá ajapá, akukó lebó.

 

Este Odu resulta do encontro de Obara e Oyeku.

Foi neste caminho que Obatalá mandou chamar os macacos para dar-lhes Axe, mas eles, por se acharem cheios de defeitos, não compareceram diante do Orixá.
É neste Odu que o empregado se impõe diante do patrão.

Assinala problemas no trabalho. A pessoa só quer ascensão, segurança e dinheiro. É caminho de Obatalá e de Yemanjá.
A folha deste Odu é o ewe ojuju.

Neste caminho Olofin ia colher ervas aromáticas e, extasiando-se com  seus perfumes, deixava-se levar pelas fantasias da imaginação.
Aqui nasceu o uso do ópio e da maconha.

Este signo condena a mulher a viver atrelada ao homem.

Os filhos deste Odu são proibidos de usarem meias marrons. Assinala perda de memória.
A pessoa não tem plena convicção religiosa. Tem que tomar borí três vezes seguidas.
Quem quer que seja que lhe causar aborrecimentos, sofrerá do mesmo mal. No Ifá do Awo deste Odu tem que ter um punhal e uma mão de madeira.
Para atrair ire, pega-se três pintos, passa-se pelo opon e sacrifica-se, um na esquina da direita, outro na esquina da esquerda e o terceiro, para Elegbara, dentro de casa. Despacha- se na rua.
O awo tem que tomar banhos com efun e ori-da-costa misturados em água de rio. A pessoa tem muito olho-grande em cima e vive perseguida por diversos arajés.


 

Se for chamada para um trabalho onde irá ganhar dinheiro, tem que fazer ebó antes de ir para que tudo dê certo.
É manhosa e atrapalhada, não está bem e se esquece de tudo. Nunca está satisfeita com o que possui.
Sente-se atraída pelo dinheiro e, pelo dinheiro, poderá encontrar a morte antes do
tempo.

Sofre a perseguição de um Egun.

Neste caminho o ajapá foi amaldiçoado.

A pessoa só chega aos pés do Orixá se for levada à força ou em caso de extrema necessidade.
Por mais que progrida jamais chegará ao topo.

Neste caminho se dá ajapá à porta da rua, cantando: - Baramijeto Olofin Akano (três vezes). Isto serve para neutralizar a má influência do Odu.
Tem que assentar Orunmilá e não desejar tanto o dinheiro.

Existe uma pessoa com feridas nos pés que será a salvação de todos.

Este Odu proíbe que seus filhos subam em escadas de mão e que carreguem peso. A pessoa não pode participar de disputas sérias pois aí está sua perdição.

 

MEDICINA PARA CHAGAS

Macerar folhas de ítamo real e ewe sánsan (Trepadeira da família das corcubitáceas de flores semelhantes ao jasmim) e fazer emplastos com azeite de oliva. Lavar, depois, com folhas de iguí adama (Elaphrium simaruba, Lin,) cozidas em água da bica.


 

I I    I
I     I I
I     I I
I I   I I OBARAIWORÍ

 

REZA DE OBARAIWORÍ

Obara Kori Anko nibe eran ko ekú ibá ewefá elebó. Obaraiworí adifafun Exú.

 

Este Odu resulta da interação de Obara com Iwori. Aqui nasceu o porquinho-da-índia
É um Odu de experimentos.

Quando sai para um doente Orunmilá está afirmando que o salvará.

Faz-se borí com três pombos brancos. Puxam-se os pombos e rezam-se os 16 Odu- Meji. Um pombo vai para uma estrada, o outro para a mata e o terceiro, para o alto de um morro.
Aqui se aprende porque os seres humanos, para obterem sucesso na vida, passam por diferentes provas e adversidades.
A pessoa tem que lavar a cabeça com ewe kekeriongo (Gouania polygama, Jacq.).

Prepara-se um omieró com esta folha e, numa bacia, deixa-se no sereno por três noites seguidas, evitando que pegue Sol pela manhã. No terceiro dia lava-se a cabeça com o omieró e não se enxuga. Isto serve para fortalecer e reavivar a memória.
A pessoa é inconformada e tem um complexo qualquer.

Possui um sexto sentido muito apurado que a põe em guarda contra as armadilhas que lhe fazem.
Só alcançará pleno desenvolvimento em sua vida depois que assentar Orunmilá e
seu Orixá.

É teimosa e não aceita conselhos. Gosta de fazer somente o que lhe dá na cabeça. Desde o seu nascimento tem a proteção de Exú, por ordem de Oduduwa.
Desde a infância sentia vontade de sair de casa para viver a própria vida com plena independência.
As más companhias podem levá-la à perdição e à degradação moral e física. Os amigos sentem inveja de sua sorte e de sua lucidez.


 

Os filhos deste Odu têm que assentar Osain e Oduduwa.

Por alguma circunstância, a pessoa não foi criada pelo próprio pai.

Tem que mudar o rumo de sua vida buscando o caminho do bem antes que se perca definitivamente.
Vive afastada de Orunmilá e dos Orixás, pelos vícios, diversões e más ações. Terá que confrontar-se com a justiça num lugar distante.
Quando Obarayekú fica doente, Orunmilá cuida pessoalmente de sua recuperação.

 

TRABALHO PARA RECUPERAR UM ENFERMO

Sacrifica-se um bode para Exú. Separa-se a cabeça e o couro, torra-se e faz-se um pó. Mistura-se este pó com sempre-viva e ori-da-costa. Com a pomada obtida fricciona-se o corpo do doente.

 

O coelho espionava Obatalá e Orunmilá. Foi morto para que os Orixás se salvassem.

A pessoa está transtornada e sua cabeça impossibilitada de raciocinar. Não atina com o que deve fazer.

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