Deve vestir-se de branco e assentar Orunmilá.
Tem que ter cuidado para não levar um flagrante de seu marido.
EXÚ LARUFÁ
Este Elegba é assentado num boneco com dois corpos unidos pelas costas, sendo um do sexo masculino e o outro do sexo feminino. Ambos têm que ter os órgãos sexuais muito bem definidos.
Fica instalado dentro de um alguidar de barro, dentro do qual coloca-se a seguinte
carga:
Obí, orogbo, osun, terra de cemitério, terra do alto de um morro, terra do fundo de um rio, pequenos fios de contas de diversos Orixás, ewe eran, ewe karodo, elevante, iyerosun rezado de Oyekufun, coral, âmbar, azeviche, um pedaço de cobre e terra da sepultura de uma criança.
Depois de pronto e lavado com omieró de folhas de Exú, leva-se ao pé de um morro e ali, coloca-se dentro do alguidar quatro pedaços de coco com um ataré em cima de cada um. Pega-se um otá do chão e coloca-se dentro do alguidar, cobre-se com tabatinga, prende-se o boneco e, sobre ele, sacrifica-se uma galinha e um galo pretos, fazendo depois, a seguinte reza: Exú Larufá omó leri, awa Ikú Exú Larufá, leri Obá Ikú.
DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ PARTE III
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I I I I IWORI MEJI
REZA DE IWORI MEJI
Iwori Meji iguí iguí, miyo miyo, adifafun Kolokó iyebefá tiroke Iyá lampé Xangô, Aroní yeó Eleripin Orunmilá lorugbó.
Este é um Odu masculino, filho de Tehitana e Houlogodo.
Este Odu determina que se resguarde a cabeça de sua ação de Anjo Exterminador.
O termo Iwori significa “cortar a cabeça1” o que, pela influência deste Odu, é determinado num plano de existência incompreensível e inacessível para nós.
Aqui nasceu a decapitação, os animais ferozes, as bestas ferozes que habitam as florestas, principalmente a hiena que serve como seu símbolo esotérico.
Trouxe ao mundo o costume de comer carne.
Está ligado ao ponto cardeal Sul e, por isto, é um dos quatro principais Odus de Ifá. Foi a este Odu que Olofin confiou o cutelo do carrasco.
Sua cor é o marrom-avermelhado e é através dele que se faz o mal às mulheres usando, para este fim, panos sujos de seu sangue menstrual colocados dentro de uma cabaça junto com pó de peixe e de preá e um peixe de água doce. Ao redor da cabaça, do lado de fora, coloca-se cinco penas de ekodidé2.
- - Iwo = cortar; ori = cabeça.,
- - Pena vermelha de uma espécie de papagaio africano (odidé).
Prenuncia a morte de uma criança.
Fala de chantagem, roubo, instabilidade no matrimônio, mulher inescrupulosa que usa de todos os meios, por mais imorais que sejam, para conquistar o homem desejado.
Provoca psicose, esquizofrenia e perda de memória.
Para remediar a perda de memória deve-se colocar um sininho em baixo do travesseiro e tocá-lo à meia noite em ponto para invocar a proteção dos 16 Odus principais3.
Fala da destruição dos filhos de Orunmilá por quererem saber mais que seu pai que, por mais que fizesse, não conseguiu salvá-los da condenação imposta por Olofin.
Aqui nasceu a gonorréia e os malefícios que proporciona aos seres humanos. Isto foi um castigo porque algumas mulheres praticavam sexo com os cães.
Surgiram as sobrancelhas, os cílios e o costume de piscar os olhos para mante-los sempre molhados.
Nasceram os sissíos e os zumbidos emitidos pela terra para manifestar seu desagrado e lembrar aos homens que, a matéria com que são confeccionados os seus corpos, pertence à ela.
O Awo que tenha um afilhado deste signo deve evitar dar-lhe muito poder, pois são pessoas muito perigosas e, dentro de cada uma delas, existe uma verdadeira fera adormecida.
Os filhos deste Odu ocultam muitas verdades dentro de si mesmos. Não devem receber visitas de estranhos depois das dezoito horas.
Este signo desperta a pessoa para que descubra grandes coisas a partir de detalhes insignificantes.
Disse Ifá: "Trançando linhas se faz uma corda".
O patuá deste Odu leva terra de remoinho e areia do local onde o rio desemboca no
mar.
Aqui nasceu o direito de não querer-se jogar depois das dezoito horas. Proíbe, a seus filhos, comerem galo e amalá.
- - Os Odus principais são os dezesseis meji, também chamados "Oju Odu". São eles, segundo a ordem de chegada: Ejiogbe; Oyeku Meji; Iwori Meji; Odi Meji; Irosun Meji; Owónrin Meji; Obara Meji; Okanran Meji; Ogunda Meji; Osá Meji; Iká Meji; Oturukpon Meji; Otura ou Otuwá Meji; Irete Meji; Oxe Meji e Ofun Meji.
A proteção deste Odu vem de um chifre de boi com seis barras de aço dentro, envolvidas em pano preto e amarradas com arame de aço, que se põe aos pés do igbá de Ogun.
Coloca-se, em Xangô, folhas de uma espécie de cactos conhecido como esogí (Hylocereus triangularis. L. Britton Rose.), que depois de seis dias são quinados em água para tomar-se banho.
Sacrifica-se, para Exú, um frango bem novinho, que deve ser despachado na desembocadura de um rio com o mar.
Tem-se que ter muito cuidado com doenças que provocam necroses e apodrecimento
da carne.
Não se deve participar de reuniões onde existam três pessoas.
EBÓ PARA PROBLEMAS DE TRABALHO
Sete pedras de minério de ferro, um galo, doze grãos de pimenta-da-costa, uma corda em forma de laço e um alguidar grande. Leva-se tudo aos pés de um arabá, arruma-se as coisas dentro do alguidar, sacrifica-se o galo em cima e tempera-se com dendê, mel e aguardente.
EXÚ ORI OMONIFÁ
Talha-se, em madeira, um boneco com um galo nas mãos. Este boneco deverá ser preso numa panela de barro, com tabatinga. Dentro da panela coloca-se: Um pedaço de osso de crânio humano, um pedaço de osso de pé humano, um pedaço de marfim ou osso de elefante, um crânio, um pé e uma pena de gavião, um pedaço de casca de ajapá, um pedaço de osso de cabra que tenha sido sacrificada a Orunmilá, um pedaço de osso de bode, um crânio de galinha d'angola, um crânio de aparo, cabeça, nadadeiras e tripas de bagre, cabelo da cabeça e das partes íntimas do Awo, unhas das suas mãos e dos seus pés, um pedaço de sua roupa, terra de sua casa, três ikins lavados de Orunmilá, um edun-ará, duas penas de ekodidé, três cachorrinhos-do-mato, três formigas grandes, terra de formigueiro, areia da praia, areia do fundo do mar, areia do fundo do rio, terra de dentro de uma floresta, terra do alto de uma montanha, obí, orogbo, ori-da-costa, efun, milho torrado, moedas, osun, uáji, epô pupá, mel e aguardente. Folhas: Ewe cuaribao (Trophis racemosa. L.Urb.), Igisoró (Pera bumelifolia. Gris.), ewe iyunkagwa (Gaicum officinale), para-raio, ewe fendebilo (Guarea Trichilliodes.Lin.), orudan (Pithecolobium arbore), ewe loaso (Amyris Balsamífera.Lin.), ewe yayá (Ozandra laceolata. asw. Benth.).
Com as folhas prepara-se um amasí com muito orô para Osain. Separa-se algumas folhas de cada tipo para colocá-las inteiras no assentamento. Lava-se tudo bem lavado com o amasí e, antes de colocar no igbá, coloca-se no oponifá e se reza: Iwori Meji, o Odu do padrinho, do Ojugbona, Oxetura, Oturaxe e os dezesseis mejis.
Depois de arrumado, sacrifica-se um galo e uma codorna. Come sempre junto com Osain e Xangô. Egun deve ser agradado antes.
SEGURANÇA QUE SE FAZ NESTE ODU.
Dentro de uma panela de barro com tampa coloca-se: folhas de ewe kokodí (Meibomia barbata. Lin.), quatro obís de quatro gomos, dezesseis pimentas-da-costa e dezesseis pimentas- da-China. Enrola-se a panela com um pano de faixas pretas e brancas, leva-se a um cemitério e ali, vai-se à uma sepultura e pergunta-se ao egun ali enterrado se quer ser nosso aliado. Neste mesmo lugar, abre-se a panela e sacrifica-se, em seu interior, um filhotinho (pintinho) de garça branca e cobre-se com pó de efun. Embrulha-se novamente a panela, leva-se para casa e lá, sacrifica-se dentro, um pombo. Fecha-se a panela, envolve-se com franjas de mariwo trançadas e enfeita-se com um fio de contas pretas fechado com uma firma preta. Pega-se um vaso com terra e enterra-se a panela dentro dele. Esta segurança protege o Awo durante suas viagens, assim como sua família em sua ausência. Tem que ficar num lugar alto e não pode ser tocada por mãos de mulheres.
Sempre que seu dono precisar viajar, tem que untá-la com azeite de dendê e rezar- lhe Iwori Meji.
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I I I IWORIBOGBE
REZA DE IWORIBOGBE
Iworibogbe Ifá mayewé, Ifá Afefé ti ikí ití ewe anakun Orun Bebeni. Ifá Adiyoko Onibarabaniregun ará buxe, Awo Mayewe, Awo Adiyoko ori Ifá oni Xangô, oniwó Olokun onini Ifá.
Este Odu resulta da interação de Iwori com Ogbe.
Nele se encontram três dos quatro elementos naturais: Água, Ar e Fogo. Seus filhos costumam ser avaros e têm vocação para a prática da vigarice. Suas vidas são marcadas por tormentos e crises.
Aqui nasceram as injúrias e as afrontas.
Provoca atrasos na prosperidade em todos os aspectos. Assinala débitos com Xangô.
Fala de enfermidades produzidas por descontrole nervoso, asma, esquizofrenia, úlceras gástricas, úlceras duodenais e ataques transitórios de insanidade mental.
A pessoa costuma fazer uso de sedativos e tranqüilizantes.
A origem de todos estes males está no descontrole do grande simpático.
Fala de doenças da cabeça, para as quais, tem-se que fazer ebó, pois existe perigo
de vida.
Aqui nasceram os gêmeos e as formigas.
Nasceram também, as tempestades marinhas ocasionadas por tornados e as grandes transformações de Olokun que se refletem nas mudanças de comportamento das águas oceânicas.
É um Odu de prostitutas. A mulher conhece muitos homens e tem pelo menos três
maridos.
Neste signo o pai abandona os filhos.
Fala o pombo viajante que deixa o pombal vazio.
O Awo deste Odu não deve trabalhar com Ifá quando ocorrerem tempestades. Nestes casos, deve marcar seu signo no chão, ajoelhar-se e, colocando a cabeça sobre o signo traçado, fazer a sua reza.
Os Awo de Iworibogbe vivem sós e morrem sós. Quando chega a hora de sua morte todos os familiares encontram-se distantes.
Têm que ser obedientes e não podem ingerir bebidas alcoólicas.
A pessoa, para quem saia este Odu, tem que colocar um idefá4 confeccionada com contas verdes e amarelas, alternadas de uma a uma, o mais rápido possível.
BANHO DE PROTEÇÃO EM IWORIBOGBE.
Água de rio, água da quartinha de Oxun e doze lírios brancos. Este banho deve ser tomado às doze horas do dia.
PATUÁ DESTE SÍGNO PARA SER USADO NO BOLSO.
Pó de osso de cabeça de ajapá, raiz de afomã (Ficcus membranacea. C. Wright.), pó de osso de cabeça de frango preto, obí, osun, ataré, quatro penas de ekodidé. Coloca-se tudo num saquinho de pano vermelho. Todas as quartas feiras sopra-se um pouco aguardente.
- - Pulseira de Ifá
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I I I I IWORIYEKU
REZA DE IOWORIYEKU
Iworiyeku inkan Ikú ombelare oun yelein intori ikan to walore alá toguman alá bururu oun batonxé gbe inkan to gire lori ko mawá yote lowo loma ni mi obori.
É filho de Iwori e Oyeku.
Neste Odu falam Orunmilá, Oxun e Yemanjá.
Tem que receber Orunmilá e cultuar todos os Orixás.
Para obter-se a proteção de Xangô deve-se dar-lhe uma oferenda de vinho tinto, mel e dois charutos. Depois toca-se o xeré e pede-se o que se deseja.
Se for mulher, existe um egun que a impele à prática da prostituição. Assinala traição por parte da mulher.
A mulher traiu e chantageou o homem que, agora, deseja matá-la.
Assinala que a mulher tem dois homens que pertencem a um mesmo grupo religioso ou a uma mesma sociedade.
Assinala uma guerra por causa de um certo homem.
É um signo que assinala chantagem, este é o seu atributo. Disse Ifá: "Em boca fechada não entra a mosca".
Não se deve comentar o que se vê.
É preciso ter muito cuidado com as palavras.
Tem que fazer ebó para não passar por idiota diante dos outros.
Ensina que as mulheres que não menstruam devem usar uma guia de Osain. Se for homem, a mulher ficará doente e nunca mais recuperará a saúde.
Indica enfermidades do estômago e das pernas. Cirurgias no aparelho urinário e no intestino.
Cuidado com doenças venéreas e males vaginais.
Cuide bem dos seios e tenha cuidado com um aborto que representa risco de vida. A pessoa fez uma inimizade mortal.
O dinheiro chega sempre muito quente.
Aqui nasceram as pegadas sobre a terra e o rastro que se recolhe para fazer o bem
ou o mal.
Quando surge este Odu a pessoa tem que ficar sete dias sem ir ao campo. A mulher é levada por um egun, à prática do lesbianismo.
TRABALHO EM IWORIYEKU PARA CONSEGUIR DINHEIRO.
Folhas da cana do milho, uma espiga de milho, pano branco.
Corta-se a espiga em duas partes e se envolve, em separado, nas folhas de cana de milho, embrulha-se as duas, juntas, no pano branco e oferece-se a Orunmilá, dizendo: Orunmilá owo ire umbó.
EBÓS DE IWORIYEKU:
- - Um galo, dois pombos, três ramos de árvores (perguntar quais) pintados de branco e vermelho, pano branco e pano vermelho. Leva-se tudo para o mato, passa-se no corpo da pessoa, solta-se os pombos vivos, sacrifica-se o galo e arria-se sobre os panos.
- - Um galo, dois etú, uma fita branca com a medida da cabeça da pessoa, roupa usada sem lavar, pó de peixe e de preá. Sacrifica-se para Elegbara e despacha-se enrolado nas roupas usadas. A fita fica no quarto de Yemanjá.
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I I I IWORIDI
REZA DE IWORIDI
Iwori Bode, Iwori Ifá, Ifá Iwori, omó yebé gongoló, yebó Obatalá, abure ni Ifá Olokun Gbore, omó ina bore Ifá wolode fi alaguema sayeré, Ifá Oxalá lorubo.
Este Odu fala de fenômenos marinhos como maremotos e alterações nas marés. É o resultado da interação de Iwori com Odi.
É um signo de perdas e prejuízos.
Aqui a felicidade nunca é completa, sempre surgem problemas familiares e desentendimentos entre cônjuges.
Fala do egoísmo dos filhos que pretendem governar os pais. Se a mulher enviuvar, seus filhos, crescidos, farão oposição a que se una a outro homem.
O perigo ronda nas águas do mar. Não se deve tomar banhos de mar nem passear em barcos para que não se morra afogado.
Aquilo que nasceu negro jamais ficará branco.
Assinala problemas com o aparelho urinário. É preciso cuidar muito bem dos rins e da
bexiga.
Manda cuidar bem das vistas. Este Odu traz o risco da cegueira.
A pessoa tem tendências a ficar distraída, sem tomar conhecimento do que ocorre ao
redor.
Tem os olhos fechados e é necessário abri-los. Seus inimigos são dissimulados e só agem à traição.
Não se deve viver nas alturas. É preciso botar os pés no chão, encarar a realidade de frente e, principalmente, procurar distinguir os verdadeiros dos falsos amigos.
Possui mediunidade e, enquanto não cuidar da parte espiritual, sua vida não poderá evoluir em nenhum aspecto.
Fala de touradas, do touro e do toureiro.
Possui mediunidade e, enquanto não cuidar da parte espiritual, sua vida não poderá evoluir em nenhum aspecto.
Fala de touradas, do touro e do toureiro.
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