DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ PARTE IX
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I I I I OGUNDA MEJI
REZA DE OGUNDA MEJI
Ogunda Meji, Ogunda Siro, owo iyolokun, Oxalá biriniwá, Obatalá Obataisá, Hekpa Oba Igbo odobaleni Ogun Onire iyo lokun. Oxóssi Ogunda Meji eyeni eyeraruna okualorun Obatalyana tiwa Elegbara awa lawa Oluwo Xiwosi Orunmilá Kayé mariwo maferefun Oduduwa Orubó.
Este é um Odu masculino, filho de Okó e Awounsi. Representa um punhal, a justiça, a lei.
Neste Odu nasceram as ciências da guerra, as cirurgias, as armas brancas, a agressividade, os cães selvagens, os lobos, os chacais, os coiotes, as forjas, os metais negros como o ferro, e todas as profissões relacionadas à extração e beneficiamento destes metais.
Nasceu a operação cesariana.
Aqui foi criado o pênis, os testículos, os espermatozóides e a ereção do membro viril. Assinala doenças venéreas, impotência sexual masculina, doenças vaginais,
enfermidades na cabeça e no aparelho genital.
Neste caminho falam Ogun, Xangô, Obatalá, Oxóssi, Ibejis, Babá Oke, Elegbara e
Egun.
Suas cores são o branco, o negro, o vermelho e o azul-escuro.
Ogun-da-eji significa em yorubá: Ogun parte em dois, Ogun divide em duas partes. Proíbe seus filhos de portarem armas ou guardá-las embaixo de suas camas.
O Awo deste Odu recebe sorte e proteção de Ogun.
É neste caminho que o Awo ensina aos seus afilhados. Aqui Ogun e Xangô se fizeram compadres.
É por este Odu que Xangô, do seu reino, vê tudo o que se passa sobre a terra e o
mar.
As ervas deste signo são o peregun e a mirra. Ambas possuem qualidades afrodisíacas.
Não se pode comer carne de galo, fruta-pão e inhame. Proíbe o consumo de bebidas
alcoólicas.
Ogunda Meji vence a morte.
Assinala a existência de um pênis muito avantajado que, ao invés de proporcionar prazer, lesiona a mulher.
Assinala, para a mulher, prática de prostituição que deve ser imediatamente abandonada.
O Espírito tem que sobrepor-se à matéria para que a pessoa possa ser considerada e respeitada pelos demais.
Fala de falta de consideração.
A pessoa tem que cuidar-se contra acidentes e atos de violência que podem custar- lhe a vida ou prejudicar sua saúde para sempre.
Tem que contar com a proteção de Oduduwa.
Afirma que a donzela tem que fazer ebó para poder casar.
A pessoa possui um dom que tem que ser desenvolvido para que evolua material e espiritualmente.
Tem muita facilidade para adaptar-se a qualquer profissão.
Tem dotação para a cartomancia e, quando se dispuser a ler cartas, nunca poderá fazê-lo sem cobrar, para não perder este dom.
Quando acabar de ler tem que cobrir seu baralho com um pano de linho branco até o dia seguinte, para não perder a visão.
Não pode ter dentes quebrados ou estragados para não adquirir doenças no
estômago.
Aqui nasceram as sete ferramentas de Ogun. Não permite que se mate cobras.
Neste caminho, quando chegar o momento, a pessoa terá que assentar Obaluaye e
Yewá.
Oferece-se a Ogun um aja keke1 e quatro galos. Ogunda meji é o Odu da força e da dureza.
Seus filhos têm o coração duro, não crêem em nada, são egoístas, auto-centrados, gostam de agir nas sombras e de atacar com armas ou barras de ferro.
São marcados pela justiça por sua tendência de fazerem o que bem entendem, não confiam em ninguém e têm a capacidade de matar rindo.
Aqui impera a traição e sobressaem as armadilhas.
Este Odu é portador da maldição de Afebile, um Orixá Funfun que vibra na atmosfera.
Aqui Ogun e Xangô foram amaldiçoados por Obatalá, o primeiro pelo sangue que fazia correr nas guerras e o segundo pelas feitiçarias que praticava.
Os filhos de Ogun que forem deste Odu, não podem trabalhar com feitiços de Egun, embora possam fazê-lo através de Osain.
Aqui, por ordem de Olofin, Ogun confeccionou um eleké e uma coroa de contas vermelhas, brancas e negras, para premiar Elegbara pelos excelentes serviços prestados sobre a Terra.
Neste caminho Aroni e Osain ensinam as virtudes das ervas para curar enfermidades e consagrar os Orixás.
Aqui, por ordem de Xangô, Obaluaye sentou-se numa pedra e adquiriu o dom da adivinhação, o que o levou a reinar em Arará.
Fala de construção de casa. É Odu de casa própria.
Se a casa estiver em mal estado tem que ser reformada para afastar o osogbo. Fala da árvore iroko. O cliente tem que tomar banhos com suas folhas.
Afirma que a coroa não cabe direito na cabeça. Em Ire: A cabeça é maior que a coroa que carrega.
Em Osogbo: A coroa é maior que a cabeça em que foi colocada. A pessoa é indecisa.
Neste caminho a lagosta traiu a Orunmilá e, por este motivo, os homens descobriram o quanto é deliciosa e passaram a comê-la constantemente.
- - Cachorro pequeno.
Quando este signo surge em atefá, awofakan ou ikofá, manda trocar a sopeira de Orunmilá ou do Orixá da pessoa. Pergunta-se a Orunmilá qual delas tem que ser trocada.
Esfregar a casa com peregun, odundun (sempre-viva), ewe ibakpá (Comelina elegans, H.P.K.), ewe ibajó (Melia azederath, Lin) e mel de abelhas.
Espalhar amalá de farinha de milho ao redor da casa para espantar os arajés que atrapalham o desenvolvimento.
PARA RESOLVER PROBLEMAS DE TRABALHO
Acender uma lamparina com óleo queimado para Egun, pedindo-lhe trabalho e
evolução.
TRABALHO CONTRA IMPOTÊNCIA.
Pega-se um pênis em miniatura, de qualquer material, e um ofázinho de ferro presos a uma corrente, e coloca-se sobre o opon. Consagra-se rezando Oxetura, Ogunda Meji, Owónringundá, Oturaxe, Okanasá, Okanayeku e a seguinte reza: Ogunda Edeji umami eru odo okuni kankuru ofuri buri fowo ba oko idire boiyá otiku ofikaletrupon opolo odara orokoko iywo le koku kiki epon. Epon odara Ifá omó, Ifá awo awa ariku Baba wa. Axé ofikaletrupon odara..
Depois disto, sacrifica-se um galo com o material rezado em cima de Elegbara e de Ogun. A pessoa deverá, depois, usar a corrente com as peças presas à sua cintura e, sempre que for fazer sexo, tem que tirar e passar em seu próprio pênis.
Tem que preparar, também, uma poção com álcool puro, sete colheres de aveia e 101 pimentas malagueta. Diariamente, antes de dormir, a pessoa tem que tomar 50 gotas da poção diluídas em 1/4 de copo d'água.
EBÓ EM OGUNDAMEJI
Passar um galo no corpo e sacrificá-lo para Ogun. A cabeça fica no igbá e o corpo é preparado para ser comido pelas pessoas da casa e todos os que chegarem. Todas as pessoas que comerem devem receber uma moeda corrente. A pessoa que faz o ebó não come da carne da ave.
SEGURANÇA DE OGUNDAMEJI
Um cabrito pequeno, três cravos ou parafusos de linha férrea, uma corrente de ferro, três velas, otí, milho, pó de ekú, pó de ejá, três agulhas, três pedras de carvão, epô, panela de barro, um pombo, obí, bejerekun, orogbo, iguí niká (Trichilia hirta, Lin.), ewe tabate (Eupatorium odoratum, Lin.) e baria (Cordia gerascanthus, Lin.). Coloca-se tudo dentro da panela de barro, sacrifica-se os bichos, deixa-se a cabeça do pombo dentro da panela e fecha-se.
Come galo junto com Ogun, uma vez por ano.
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OGUNDAGBE OGUNDA BIODE
REZA DE OGUNDABIODE
Ogundabiode igará ni gará foroforo ajabó omó nimu omi iyeru omó leri okan garanife ekú elebó afaterete emi laiboa gbelega lodafun aiya okunlá ti ole Igará.
Este Odu é filho de Ogunda e Ogbe.
Por causa da doença se abre a sepultura.
Este Odu determina que a pessoa tenha que fazer Ifá antes de morrer. Antes de empreender uma viagem ao interior tem que tomar borí.
Oferecem-se camarões bem cozidos a Orunmilá e come-se uma parte com ele, sem falar nada com ninguém. O que ficar nos pés de Orunmilá tem que ser despachado depois de dois dias.
O homem tem que levar sua mulher para passear em sua companhia. Os Orixás protegem a pessoa e lhe dão sorte.
Não pode deitar-se com roupas de sair. Elegbara detém suas coisas no rio.
Não se pode comer almôndegas, croquetes e nenhum tipo de salgadinho a não ser em sua própria casa.
Pega-se três bonecos de madeira ou de barro, leva-se a um pé de jenipapo (Genipa americana, Lin), sacrifica-se uma galinha, recolhe-se um pouco da terra sobre a qual foi feito o sacrifício, mistura-se pó de ekú, pó de ejá, milho, dendê e mel, coloca-se em Elegbara junto com os três bonecos. A pessoa tem que colher folhas num cemitério, deixá-las secar e fazer pó. Mistura á este pó, pó de bejerekun, de obí, osun, pó de ejá, pó de ekú e farinha de milho vermelho. Este é o seu Axé.
Quando este signo surge em atefá a primeira coisa que a pessoa faz, depois de tudo terminado, é ir a um cemitério e, na tumba mais abandonada que encontrar, risca e reza este signo, depois chama o Egun para acompanhá-lo e terá que atendê-lo pelo resto da vida. Este Egun irá protegê-la e servi-la enquanto for cuidado.
Colocam-se sete cocos pintados de uáji para Yemanjá, pede-se o que se quer e depois de sete dias, se despacha na mata.
Colocam-se três charutos enrolados com linhas vermelha, preta e branca e uma folha verde de fumo em Elegbara para resolver problemas de saúde.
Agrada-se à Oxun com cinco galinhas amarelas e cinco bolinhos de feijão fradinho, e a Xangô com um galo e amalá de quiabo.
Depois, faz-se saraieiê com as cabeças das cinco galinhas, os cinco bolinhos e a cabeça do galo de Xangô. Despacha-se tudo em frente à uma cerca.
Quando este Odu surge em ikofá ou atefá, coloca-se uma mão de 21 búzios dentro de Orunmilá ou junto com a mão maior de Ifá2.
Neste caso, o padrinho, para limpar-se da negatividade do Odu, pega seu Elegbara, cobre com epô, sopra otí, leva a uma lixeira e ali se limpa com três velas e um galo, acende as velas em frente à Elegbara, sacrifica o galo e, quando acabarem as velas, pega Elegbara e leva para casa. O galo fica no local em que foi sacrificado.
O dono deste Odu, sempre que for a um enterro, tem que ajudar a carregar o caixão e colocar um pouco de terra dentro da tumba.
Tem que cobrir Elegbara com mariwo para que ele defenda a entrada da casa.
Sacrificam-se três cabritinhos para Elegbara durante três sextas-feiras seguidas.
Cada um é despachado num matagal diferente.
Depois, colocam-se três bonecos de cedro em Elegbara com as seguintes cargas introduzidas pelas cabeças:
1º boneco: Pó de ekú, pó de ejá, milho vermelho, terra da casa do dono do Elegbara, bejerekun, obí ralado, osun, orogbo ralado e uáji.
2º boneco: Os mesmos ingredientes do primeiro, substituindo-se a terra de casa por terra de uma praça pública.
3º boneco: as mesmas coisas do primeiro, substituindo-se a terra de casa por terra de um buraco qualquer que se encontre já aberto e terra de cemitério.
- - A "mão maior de Ifá" é o conjunto de 21 ikins que o Babalawo recebe no ato de sua consagração e que lhe dá o direito de fazer uso de jogo de ikins.
Os três bonecos comem uma galinha quando forem colocados juntos a Elegbara e, depois, comem junto com ele tudo o que lhe for oferecido.
TRABALHO PARA DESTRUIR ARAJÉ.
Bate-se quiabo picadinho com otí e epô, embrulham-se em papel impermeável com os nomes dos arajés escritos sete vezes e se coloca diante de Orunmilá com duas velas acesas, pedindo a destruição dos arajés. Despacha-se no dia seguinte, no lugar determinado pelo jogo.
O Ogun do Awo deste signo tem que ter um boneco de ferro, um okpele do mesmo metal e um opon pequeno de cedro.
Para ter um Egun à sua disposição, o Awo de Ogundagbe pega um pouco do resto de sua comida, leva ao cemitério e deposita sobre a sepultura mais abandonada que lá encontrar, reza o Odu e pede ao Egun que o acompanhe, prometendo tratá-lo e alimentá-lo enquanto obedecer às suas ordens.
As pessoas deste signo não podem dar murros ou tapas sobre a mesa porque desperta os mortos que podem se apresentar.
TRABALHO PARA LIVRAR-SE DE DOENÇAS
Pega-se uma garganta de rês inteira, com a língua, cozinha-se e serve-se para Ogun em dois alguidares com ekó. No dia seguinte leva-se a uma linha férrea, quebram-se os alguidares sobre ela e rega-se tudo com bastante gin. Na volta, cozinha-se folhas de espinafre e come-se na primeira refeição que se fizer. Quando se faz este trabalho fica-se sem comer carne, inclusive de aves, durante 21 dias.
PARA RESOLVER DIFICULDADES
Pega-se uma bisteca, abre-se como se fosse um livro, unta-se com epô, salpica-se iyefá rezado de Ogundayekú e se oferece a Ogun. Pede-se o que se quer, fecha-se e coloca-se em cima de Ogun.
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I I I I OGUNDAYEKU
REZA DE OGUNDAYEKU
Ogunda ariku agogô abonó lodafun ariku adifafun Iyalode, kaferefun Orunmilá.
Este Odu é filho de Ogundá e Oyeku.
Aqui nasceram a desobediência, a teimosia e a vagabundagem. Assinala amarração feita por mulher.
Fala de mulher e de dinheiro.
Aqui nasceu a ambição desmedida nas pessoas.
Assinala visão ineficiente. A pessoa vê tudo de perto, mas de longe não enxerga
nada.
Este Odu traz mais triunfos durante a noite do que de dia.
A pessoa tem que se definir. Não pode estar ao mesmo tempo com a vítima e com o
culpado.
A pessoa, mesmo que não saiba, está doente e em breve a doença se manifestará. É protegida por Egun.
Neste caminho a cerejeira brigou com o poço e causou-lhe muitos aborrecimentos, esquecendo-se de que vivia bela e frondosa graças à água que o poço lhe oferecia. Da mesma forma, a pessoa não reconhece o bem que lhe fazem.
Este Odu representa Orunmilá sobre a terra. O simples fato de se fazer a sua marca sobre o solo implica na invocação e na presença de Orunmilá.
Quando o seu Awo recebe kuanado, tem que colocar um alfanje em Ogun para repelir
os Arajés.
Quando se oferece bode a Ogun, assa-se uma perna e senta-se diante de Ogun com um prato e uma cabaça. Vai-se cortando a carne do pernil, comendo e colocando pedaços nos dois recipientes.
Sacrifica-se uma galinha para Oxun e outra para Iyansã, tira-se as penas e assa-se com tripas e tudo. Depois de assadas, a pessoa se limpa com pano estampado no qual embrulha as aves. Despacha nas águas de um rio.
Tem que oferecer um pombo à cabeça e tomar banho dom folhas de ewe dubué (Corchorus siliquosus, Lin.).
A pessoa não foi criada pela própria mãe.
Tem que cuidar muito bem das vistas para não ficar cega. Descobrirá um segredo sobre sua própria vida.
Aqui o homem vive escravizado pela mulher que o amarrou com feitiços.
Havia um homem que vendia flores, mas que não enxergava à distância. Um dia, as pessoas que estavam distantes, fizeram sinais para que ele lhes levasse flores e, como não respondesse, puderam descobrir que ele só via o que estava bem próximo.
A mulher tem dois homens e nenhum a satisfaz.
É preciso muito cuidado porque a morte pode ser causada por uma mulher.
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