TRABALHO QUE SE FAZ PARA XANGÔ
Prepara-se um ekó que deve ser desmanchado dentro da gamela de Xangô. Sacrifica-se um pombo e, no terceiro dia, recolhe-se o ekó, coloca-se num balde com água para que a pessoa tome um banho. Indicado para solucionar problemas de justiça e de documentos.
TRABALHO PARA EVITAR UM ABORRECIMENTO
Pega-se quatro cocôs, parte-se ao meio, põe-se nos pés de Obatalá e despacha-se nos pés de uma palmeira.
AMULETO DE SEGURANÇA EM OKANASODE
Consegue-se uma unha ou um dente de tigre. Prepara-se iyefá rezado de Oxetura, os dezesseis meji e Okanasode. Coloca-se tudo numa bolsinha e se lava com omieró. Fica pendurado num lugar bem visível, dentro de casa.
TRABALHO COM ELEGBARA
Pega-se três pedras, cobre-se uma com pó de efun e embrulha-se uma em pano branco. A outra é coberta com pó de carvão vegetal e embrulhada em pano preto e a terceira cobre-se com pó de osun e embrulha-se em pano vermelho. Em cada embrulho coloca-se um papel com o nome da pessoa. Sacrifica-se um preá sobre os embrulhos e enterra-se o vermelho aos pés de uma árvore, o branco atira-se no mar e o preto deixa-se na porta do cemitério. Em cada embrulho coloca-se também, três grãos de ataré, pó de ewe kunino (amansaguapo), pó de ewe asan (Chrisophylum cainito, Lin.), pó de kisiambolo, pierde rumbo, vence demanda e ewe loaso (Almiris balsamifera, Lin.).
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OKARANIYEKU
REZA DE OKANRANIYEKU
Okanraniyeku Ifá Arufin Arudá akitifá bogbo wa laxe axeto. Akitibonbo Orunmilá nare Baba xe Orun Arufin Arudá. Okanraniyeku obere obere leré Olokun Babá Kaxiré, Oluwo Popo oberé leré Omayere axe bogbo Orunmale likotun, bogbo Orunmale yikosi to iban Exú.
Este Odu é filho de Okanran e Oyeku.
Ensina que quando o Awo, ao fazer o ebó, não se recordar do Odu opolé, deve rezar:
Odu Eledun, Olorun Eledun, axo risa osode Orunmilá toyale lokueri Ifá mokun.
Neste signo se oferece dois etú aos pés e toma-se borí diante de Xangô.
Não se pode acender velas já queimadas e quando acender duas velas deve-se ter cuidado para que as duas não terminem juntas.
Sacrifica-se um pássaro a Osain.
O Awo deste Ifá, para poder fazer ebó, tem que ter Oduduwa assentado e mais de dez anos de iniciação.
Não pode fazer ebó para um mais velho para que não ocorra troca de cabeça.
Não pode fazer ebó para nenhum cliente em osogbo Ikú sem antes pedir permissão a
Orunmilá.
Quando fizer ebó para um doente é imprescindível, seja qual for o ebó, que se leve uma galinha carijó à casa do cliente, deixando-a lá, solta e com vida.
Coloca-se inhame com dendê para Exú e inhame com ori e efun para Obatalá.
Neste caminho Orunmilá e Xangô eram macumbeiros, mexiam com Eguns e faziam trabalhos com pólvora e coisas de feitiçaria, mas foram obrigados a abandonar estas atividades.
Nesta época, o opon quadrado queria ter mais poder que o redondo. Xangô e Orunmilá curvaram-se diante de Olofin pedindo perdão pelos males praticados e, depois de jurarem nunca mais praticarem feitiçaria, foram perdoados.
O Awo deste Odu tem que ter um okpele especial. A perna direita deste okpele come etú, que depois do sacrifício é enterrada; a perna direita come um galo e um pombo que são entregues nos pés de um peregun.
Aqui nasceu a cólera dos Santos.
A pessoa tem que estar sempre alerta com a morte. Não deve lançar maldições nem se envolver em fofocas.
Tem que ter muito cuidado com os inimigos.
Deve conformar-se com o que Deus lhe dá. Existem outros em piores condições. Não pode negar alimento a qualquer um que vá a sua casa.
Entre a pessoa e seu cônjuge existe um desgosto muito grande.
A pessoa pertence a uma instituição religiosa numerosa, mas que está dividida. Tem que dar comida aos Eguns e colocar uma bandeira branca em sua casa.
Está sob influência de um feitiço feito com pólvora e se não fizer ebó para limpar-se, poderá sofrer graves conseqüências.
EBÓ PARA DESMANCHAR UM FEITIÇO
Um galo, um inhame grelhado e regado com muito epô para Elegbara. Um ovo de galinha untado com ori e efun é colocado para egun com nove velas.
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OKARANIWORI OKANAJIO
REZA DE OKANRANIWORI
Okanraniwori agarofí adifafun Osain Obanixawo maferefun Xangô, abo, akukó, etú lebó.
Este Odu é filho de Okanran e Iwori.
É através dele que Olofin e Orunmilá governam o mundo. Aqui fala a pimenta malagueta
Tem que dar graças a Xangô.
Neste signo Exú se fez banqueiro do Babalawo. Por este motivo, todos os trabalhos cobrados deverão ser acrescidos de R$ 6,00, que devem ser colocados numa caixa junto de Exú. Com este dinheiro compram-se presentes para ele.
Foi neste caminho que a Terra tomou forma.
A pessoa tem que ter cuidado para que um menino não revele seus segredos. Oferece-se um carneiro para Xangô para que a sorte possa chegar.
A mulher se sente perdida, roubaram o seu dinheiro e deseja amarrar um homem. A pessoa tem cheiro de pólvora, anda ou trabalha com ela.
Tem um dinheiro guardado para fazer alguma coisa para Santo ou Egun. Este dinheiro não deve ser gasto com outra finalidade para que não ocorra um grande mal.
A pessoa tem que dar graças a Xangô que é quem assegura a sua liberdade. Tem que cuidar de Eguns.
Vive fugindo de alguém que a persegue. Está amarrada por bruxaria.
Tem que ter muito cuidado com o fogo e não deve pensar em dar fim à própria vida. Não deve comer comida requentada e tem que cuidar dos rins e do estômago.
É incrédula ou acredita à sua maneira.
Gosta de ver as coisas se solucionarem rapidamente, mas, enquanto não cuidar direito dos Orixás, nada de seu terá solução.
Este Odu fala de um rapaz que é andarilho. Tem que se fazer um trabalho para que não se vá para sempre.
Assinala deformação no ventre da mulher.
Oxun, depois de haver dado à luz várias vezes, notou que seu ventre e seu corpo estavam ficando deformados e, por isto, saiu andando e chorando de desgosto.
Alguém mandou que fizesse rogações com uma cabaça para reaver suas formas, mas, quando Oxun passava a cabaça sobre seu ventre, o barulho produzido pelas sementes lhe causava muita irritação. Foi então que encontrou uma abóbora que, depois de passar várias vezes sobre sua barriga, fez com que recuperasse sua beleza física.
A mulher sofre de complexos em relação à sua barriga.
TRABALHO PARA VENTRE FEMININO DEFORMADO
Pega-se uma abóbora e abre-se ao meio. Dentro dela coloca-se cinco faixas de seda amarela com a medida da cintura da mulher. Enche-se a abóbora de mel e deixa-se nos pés de Oxun durante cinco dias. Todos os dias a mulher tem que acender uma vela e pedir ao Orixá para recuperar suas formas. Despacha-se numa cachoeira.
Neste Odu os pais exageram em sua autoridade sobre os filhos, tornam-se tirânicos e isto provoca o surgimento de problemas entre eles.
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OKARANDI
REZA DE OKANRANDI
Okanrandi tobato efán kare beiya adifafun Olodofá toloyó loxelé abe elebó, iwo Obinin kan tolefin eiyelé akukó lebó. Okanrandi Ifá xirê kaferefun Xangô, Oxalá ati Exú.
Este Odu é filho de Okanran e Odi.
É caminho de Yemanjá Maiyelewo, que foi esposa de Orunmilá e comerciante.
Esta Yemanjá vive no meio do oceano no lugar onde se encontram as sete correntes
oceânicas.
Carrega uma máscara de nove cores e seu igbá leva um okpele. Come qualquer tipo de animal.
Este Odu fala dos movimentos da terra e das sete correntes de água doce que correm no fundo do oceano.
É um signo muito bom para a obtenção de riquezas e bens materiais, mas, determina perdas e decepções no aspecto sentimental.
A pessoa tem que cuidar muito das vistas.
Não se pode beber água depositada em tigelas e muito menos beber na tigela. Proíbe comer qualquer tipo de crustáceos.
A pessoa tem que fazer ebó com muita freqüência para não sofrer derrocadas. Não pode matar ratos nem baratas e tem que ter um pato em sua casa.
O seu melhor amigo pode ser o traidor.
Não se come alimentos atrasados e requentados. Aqui nasceu o susto.
A pessoa tem que assentar Inle Abatá que é quem a defende de traições. Dá caminho para viagens ao exterior.
Os filhos deste Odu são muito ligados aos Eguns, quer sejam seus familiares ou seus
protetores.
Devem contar com a proteção de Elegbara para que seus caminhos permaneçam sempre abertos. Tem que assentar Inle em itá.
Aqui falam três esposas de Orunmilá representadas pela lagartixa, pela aranha e pela
barata.
Um ferimento com ferro pode ocasionar uma doença grave ou requerer cuidados excessivos.
Para que a boa sorte não fique parada do lado de fora de casa, a pessoa tem que oferecer duas galinhas pretas e dois cravos de linha de trem a Orunmilá.
Os cravos são furados na parte de cima e, ali, coloca-se pó feito com as cabeças das galinhas, pó de bejerekun e pó de obí. Enterra-se na entrada da porta.
Este Odu dá posição e riqueza, mas nega amor.
Neste signo tem que se fazer ebó de opon. Pergunta-se o que leva. Depois tem que fazer ebó de limpeza com ewe ifefé (Funtumia elastica)
Aqui a etú se encontrava abandonada e sem ter onde dormir. Orunmilá fez-lhe um ebó e todos os seus problemas se resolveram.
Este caminho assinala solidão e tristeza, manda a pessoa casar e constituir família para ser feliz. Manda ser reservada com suas coisas para que seus inimigos não encontrem meios de prejudicá-la.
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OKARANROSUN OKANAROSO
REZA DE OKARANROSUN
Okanaroso adifafun okuni aratoko ole exon Osain nile Kaferefun Orunmilá.
Este Odu é filho de Okanran e Irosun.
É por ele que se pergunta ao Olori e a Orunmilá acerca do porvir das pessoas. Aqui nasceu o câncer de mamas.
As mulheres deste Odu não podem permitir que ninguém morda seus seios e devem evitar pancadas neste local.
É este Odu quem dá formação aos fetos.
Os pais transmitem aos fetos suas características e, além disto, são responsáveis pelo futuro de seus descendentes.
Quando reina a paz e a compreensão entre o casal, o feto se desenvolve bem física e psiquicamente. No futuro será uma pessoa desembaraçada e equilibrada mentalmente.
É um Odu de maldição, seus ebós são despachados no alto do morro.
É signo de guerra. Nele nascem as usurpações e as erupções vulcânicas. Aqui Olofin lançou, sobre o mundo, a maldição da miséria.
Seus filhos têm que assentar Olokun e Yewá.
Para não se perder a sorte fala-se tudo ao contrário. Se se está feliz, diz-se estar infeliz, se se está bem, que se está mal, se se está alegre, que se está triste.
Os donos deste Odu são Xangô e Osain.
Sacrifica-se um galo cego de um olho para Xangô.
Oferece-se um galo a Olokun e embrulha-se num pano bem colorido com ekó, epô, milho, otí, mel e sete guizos de cascavel. Entrega-se no mar.
Em terra de cego quem tem um olho é rei.
Sacrifica-se, para Osain junto com Osun, um galo cego de um olho, que deve ser passado na cabeça do cliente.
As folhas deste Odu são oxibatá (Boervia diffusa) e ewe nijé (Partenium histerophorus,
Lin).
Aqui ocorreu uma guerra entre estas duas ervas. Onde uma cresce a outra não se
cria.
Neste caminho Omolú vive nos cantos das paredes e Xangô anda errante.
Quando o flamboayant (Delonis regia, Bojer) floresce, prenuncia desgraças, epidemias e morte de crianças.
Disse Ifá: "Não tentem abraçar o mundo. Ao mundo não há quem abrace"!
TRABALHO CONTRA A MISÉRIA
Uma roupa velha bem surrada, sapatos velhos, dois caranguejos, folhas de jamao (Árvore silvestre da família das meliáceas), uma franga preta, uma franga branca, uma cabaça grande, uma escova, três obís, pó de ekú, pó de ejá, epô, mel, otí e velas.
Abre-se a cabaça ao meio, passa-se tudo no corpo da pessoa e vai-se arrumando dentro da cabaça. Rasga-se a roupa velha que tem no corpo e coloca-se junto com os sapatos, dentro da cabaça. Sacrificam-se as frangas e passa-se a escova no corpo da pessoa para limpá- la. Coloca-se tudo dentro da cabaça, cobre-se com os pós, mel, epô e otí. Fecha-se a cabaça, embrulha-se num lençol velho que tenha pertencido à pessoa e despacha-se nas águas de um rio. A pessoa, depois do ebó, banha-se com omieró das folhas deste Odu e veste roupa limpa, de preferência branca e nova.
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OKARANWÓNRIN OKANAYABILE
REZA DE OKANRANWÓNRIN
Okanayabile Okawa wa wa adifafun obó loiye adie elén lebó. Kure kure, euré, ekú lebó.
Este Odu é filho de Okanran e Owónrin.
Aqui o juramento de nunca separar-se, feito pelos gêmeos; foi rompido. Assinala armadilhas de Babalawo contra Iyalorixá e Babalorixá.
Aqui nasceu a dor de garganta.
Tem-se que colocar o axabá de Ogun. Assinala discórdias em família.
O homem não sente prazer. Assinala impotência. Coloca-se oguede em Xangô.
Aqui Olokun travou guerra com o camaleão.
A galinha, dando falta de seus ovos, pôs-se a escavar o chão para encontrá-los. De tanto cavar inutilmente acabou ficando louca.
A mãe pode enlouquecer pela perda de um filho.
A sorte não chega à casa da pessoa porque alguma coisa a atrapalha.
Tem vizinhos curiosos que querem saber tudo o que acontece para depois fazer comentários.
Existe uma disputa por causa de uma mulher.
Um compromisso que por parte da pessoa é dado como findo, não é visto da mesma forma pela outra parte, que continua trabalhando e fazendo feitiços para que tudo volte a ser como antes.
Existe um feitiço feito com pós soprados sobre a pessoa.
Assinala disputas entre irmãos por um terreno deixado como herança.
Fala de maus vizinhos que é melhor que se tenha como amigos do que como
inimigos.
A pessoa não deve falar de seus planos para que possa realizá-los.
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