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OXEFUN
REZA DE OXEFUN
Oxefun tefun Shefun. Shefun Babá Arerú. Orunmilá ni Aiyaxé ria ria Awo igbín okoto kilu osalakole Iká koye adafun loede ikokoyeye wofun Awo Onikako pewo omi kako orugbo iguí ni axó, erí, oni pejú tonpokolaro.
Este Odu é filho de Oxe e de Ofun. Aqui nasceu o incesto.
É um Odu impuro e perigoso.
Neste caminho se vende aos inimigos.
Oxefun é o som onomatopaico produzido pelas mulheres quando lavam seus órgãos
sexuais.
É caminho de Orunmilá, de Olokun e de Oxun.
Assinala dores estomacais ocasionadas por má digestão.
As pessoas deste Odu quando lavam suas roupas não as devem torcer. Oferece-se Ekú, ejá, epô, oiyn e obí à Oxun.
Neste caminho, quando se ganha dinheiro, tem-se que perguntar a Orunmilá de que forma se deve gastá-lo.
Obatalá quer alguma coisa, deve-se perguntar o que é.
Sacrifica-se um cabritinho a Elegbara e se despacha repartido em três matas. A pessoa não pode usar cordões nem colares.
Para vencer os inimigos pega-se uma toalha limpa, molha-se com álcool e passa-se
na cama.
A pessoa tem que colocar um tapete ao lado de sua cama para que, quando acordar, não toque no chão com os pés descalços.
Tem que respeitar muito a Xangô.
Quando surge este Odu na consulta de um cliente não iniciado, esta pessoa não pode fazer Santo, mas deve ser iniciada em Ifá o mais depressa possível.
O dono deste Odu tem que usar um Idé de Ifá preso por uma corrente.
Aqui Iyemanjá amaldiçoou o porco dizendo: "Só comerei tuas carnes depois que rasparem bem os teus pelos".
Desde então os porcos têm seus pelos totalmente retirados antes de serem comidos.
Neste Odu se prepara uma bengala de madeira de orudan (Pithecolobium arborem), com cabo de chifre de veado, carregada com: Bejerekun, obí, orogbo, marfim, pena de ekodidé, pelo de tigre e pó de cabeça de porco. Come pombo junto com Ôsun e duas galinhas pretas com Orunmilá. Fica sempre ao lado do Igbá de Orunmilá.
DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ PARTE XVI
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OFUN MEJI ORANGUN OLOGBON
REZAS DE OFUN MEJI
Em fon: Mikan Fu Meji Hekpa!
Ku kpodo ku vi le kpa, Gbe kpodo Gbe vi li kpo,
Azon kpodo Azon vi le kpã, Guda Fligbe, wa yi sa nu mi!
Klan Sa, magba hwe do ta nu mio! Di Fun, Ku hun Ku kon,
Xé Tura do le do, Le gbogbo do,
Kpoli agbã no je agbã ton gudo bo Je agbã ton nukon!
Dunon Dunon emi yro le leô, Emi hwele si ye!
Tradução: Saudações a Ofun Meji, Hekpa!
Morte e filhos da Morte, Vida e filhos da Vida, Doença e filhos da Doença,
Ogunda Gbe, venha trazer axé ao meu sacrifício! Okanran Sa, que nunca falte um teto sobre minha cabeça! Odi Fun, se a morte me perseguir, rechasse-a!
Oxe Tura, isto é para você e também para Ile, a Terra, não importando a quem esteja endereçado sobre a Terra!
Signo a quem pertença este sacrifício, que possas demorar-te adiante e atrás dele.
Odu, Odu que eu invoquei, eu lhe ofereço água
(Dito isto coloca-se farinha de acaçá diluída em água sobre o sacrifício ofertado). Terminada a oferenda, uma última prece é feita para que seja aceito:
Adra mi do kpe, Adra we nhi Ku-non! Ku mi do kpe!
He zuzon non se do mon a E se we do fi-de, hun yi fi lo.
Tradução: Adra, nós te reverenciamos, Adra, Senhor da Morte!
Nos te reverenciamos, Ikú!
O pássaro que voa não pode tocar aquele cuja cabeça está protegida, O perigo não se aproxima daquele que recebeu o Axé.
Se alguém te pede para ir a qualquer parte, você faz com que vá.
(Esta última frase se endereça ao sacrifício).
Obs.: A segunda parte desta saudação é utilizada somente por ocasião do oferecimento de sacrifícios determinados por Ofun Meji e deve ser recitada sempre, depois de recitada a primeira parte.
Prece de Ofun Meji (yoruba):
Orunmilá odye mondoye odimala mondimàlà Bimàlà nakade awontanimon awondadewe tedimolé Awo n'lale awo ti n'fo wo kanxuxu dagba omoxoko Alaba ti n'belode Ifé awonimon odoyeee mondoye
Odimanlan mondilmanlan Orunmilá oni n'mo olo jagba awa Do pitan majeta kokpawa Ifá dopitan majetan kokpawa. (Tradução desconhecida).
Ofun é o Odu de maior importância dentro do sistema de Ifá, representa um mistério tão grande que, quando surge, os Babalawos costumam reverenciá-lo bradando: Hekpa Babá! Babá significando "Pai" e Hekpa, representando uma expressão de pavor e de respeito diante da grande energia e do enorme poder inerente a este Odu.
Em Ifá é conhecido entre os Fon (jêje) como "Fu Meji", "Ofun Meji" ou "Ofu Meji". Os nagôs o chamam também, de "Ofun Meji", "Làgun Meji" (Làgun significando mistério), "Ologbo" (misterioso e maléfico por haver cometido um incesto - Lo), "Oji Ofu" por eufonia, "Hekpa" ou "Baba Hekpa" por eufemia (reza, prece).
Em yoruba "Fun" significa doar, dar; "funfun" significa branco e este Odu representa esta cor, enquanto que "Ofu" significa perda, prejuízo. A palavra "fu" transmite a idéia de limpar soprando, como quando se assopra um objeto ou superfície qualquer para retirar a poeira ali depositada.
Suas atribuições são tantas que é impossível enumerá-las. Tem poder sobre a vida e a morte e, dominando a morte conhece o segredo da ressurreição.
Ofun é pai de Ogbe que liberou após criar o ar da vida e mãe dos demais Odu, dos quais Ogbe é o pai. É, pelo que se vê, o único Odu que apresenta características hermafroditas, diferente dos demais, cujos gêneros são perfeitamente definidos.
Neste aspecto podemos afirmar que Ofun representa os princípios masculino e feminino da criação assim como tudo aquilo que opondo-se ou complementando-se possibilitam a manifestação plena da vida em todos os seus aspectos: positivo/negativo, ação/repouso, luz/trevas, preto/branco, macho/fêmea, etc...
É o universo manifestado e imanifestado e desta forma, tudo o que existe está sob seu comando.
Ofun Meji representa a Grande Mãe e o princípio maternal. Sendo a mãe de todos os Odu, o é também de toda a criação, não tendo domínio somente sobre o ar, que após haver criado, liberou Ejiogbe que passou a dominá-lo.
Depois de Ejiogbe, Ofun Meji engendrou os demais Odu, possuindo assim o mundo, onde cada Odu criou e simboliza uma parte, sempre sob as ordens e leis estabelecidas por Ofun.
Bernard Maupoil em seu trabalho "La Geomancie a l'Ancienne Côte des Eclaves" resume isto num símbolo esotérico atribuído a Ofun - Um ovo, dentro do qual inscreve-se, à direita, doze pontos superpostos em pares e, à esquerda, quatro traços verticais, também superpostos. Os traços representam os quatro primeiros Odu-Ifá: Ogbe (Vida); Oyeku (Morte); Odi (Universo Revelado) e Iwori (O Ignoto).
Esta representação busca dar uma idéia aproximada da importância de Ofun, aqui representado pelo Ovo, dentro do qual estão contidos todos os demais Odu, inclusive ele próprio.
Ofun é, portanto, a representação de tudo o que existe ou possa existir, o mundo manifestado e o imanifestado, todos os planos de existência e segredos que são de domínio da Divindade Suprema e que os iniciados de mais alto grau pretendem apenas vislumbrar de forma confusa.
Este Odu rege homens e mulheres indiscriminadamente, é um signo ligada às Kenesi e as aves ligadas à feitiçaria são provenientes dele.
Ofun reclama, em seus sacrifícios, tudo em número de dezesseis.
Comanda, juntamente com Osa e Irosun, as regras femininas. Este Odu é tão perigoso que a maioria dos adivinhos omitem seu nome diante de profanos preferindo dizer "Hekpa Baba" (Baba significa papai e hekpa é uma exclamação que exprime pavor).
Sempre que um adivinho encontra este signo costuma dizer: Ló ou Eró, palavras que transmitem, ao mesmo tempo, a idéia de proibição, pecado e mistério: em seguida sopra três vezes sobre as palmas de suas mãos, como se elas contivessem um pó.
Talvez por isto, sempre que este Odu aparece numa consulta, deve-se bater a mão espalmada sobre o ventre e em seguida, estendendo-a, soprar sobre sua palma, como se estivesse coberta de pó, exclamando: "Hekpa Babá”!
Alguns iniciados afirmam que este procedimento visa afastar a grande negatividade que acompanha este Odu, e que se manifesta, principalmente, em doenças que se concentram na cavidade abdominal, para nós, no entanto, o procedimento acima descrito visa, principalmente, espalhar, através do sopro, a energia de vida existente em Ofun.
Ofun garante a seus filhos, vida longa e conquistas obtidas somente depois de certa idade, quando atingem um estágio mais elevado de espiritualidade e de compreensão diante dos mistérios da vida.
Todas as pessoas, independente do Odu que possuam, quando atingem com vida, uma idade muito avançada, passam a pertencer a Ofun Meji.
Proíbe seus filhos de soprarem sobre fogo ou brasas, quer seja para apagá-los que seja para ativá-los.
Ensinou aos homens o segredo e o manejo dos ikins para se encontrar os Odu Ifá.
As pessoas deste signo devem vestir-se exclusivamente de branco, não podem andar sujas nem freqüentar lugares sujos.
Assinala o poder de Olofin sobre a terra.
Faz com que os frutos e as sementes ácidas sobre a terra germinem e se reproduzam.
Aqui nasceu o costume de se fazer juramentos às pessoas na hora da morte e a punição para quem não os cumpre.
Quando sai para uma pessoa enferma, determina que não morrerá, mas que alguém, inesperadamente, irá em seu lugar.
Tem o poder de ressuscitar os mortos.
As pessoas deste Odu, por ódio ou revolta, lançam feitiços em sua própria família. Assinalam fenômenos, bruxarias, maldições, aquisições, riqueza, força na palavra,
morte ou vida longa.
É caminho de Orunmilá, Oiyá e principalmente de todos os Orixás Funfun. Há quem afirme que Olorun se comunica com os homens através deste Odu.
Os filhos deste signo têm o poder de falar diretamente com a morte e exercerem controle sobre ela.
São bons conselheiros, caprichosos, intransigentes, implicantes e quando apelam para a violência podem perder o controle e praticar atos que os levem a caminhos irreversíveis de sofrimento e dor.
Quando vivenciam o Ire do Odu, são predestinados a viverem até idade muito avançada, conhecendo a fartura, o sucesso, a fama e a riqueza depois da meia idade.
Para eles não existe o impossível.
Não podem possuir garrafas ou potes destampados em suas casas e uma das suas principais interdições são as bebidas alcoólicas, principalmente o emú e bebidas fermentadas.
Têm tendências a sofrerem do coração e sentirem falta de ar.
Costumam criar grandes problemas quando as coisas não transcorrem de acordo com sua vontade, por acharem que tudo tem que ser feito do seu jeito.
Não costumam deixar-se levar por sentimentalismo, preferindo antes agir com a razão, pouco lhes importando o que os outros sintam ou deixem de sentir.
Possuem grande mediunidade e, quando a utilizam corretamente, conversam com os mortos, obtendo deles respostas para tudo o que querem saber.
Quando este Odu surge em opolé e vem seguido do Odu do Awo, não se pode fazer nada pela pessoa que se consulta, muito menos fazer-lhe Ifá, pois Orunmilá está avisando que esta pessoa será a destruição do Awo.
Aqui nasceu o fundamento pelo qual o Babalawo não pode guardar o dinheiro ganho em suas atividades ligadas a Ifá, tampouco pode deixá-lo de herança para seus filhos, devendo gastá-lo e usufruir dele da maneira que melhor lhe aprouver.
Quando assinala problemas de justiça para uma mulher, faz-se ebó com espigas de milho e três lenços brancos que, depois de sete dias, são amarrados à sua cabeça.
Quando surge em atefá, tem que se pegar as duas mãos de Ifá, reunir o padrinho, o Ojugbona, o Awo e alguns Awos de total confiança e sacrificarem-se duas galinhas, uma para cada mão.
Antes disto, bate-se muito amalá ilá, espalha-se no chão do Igbodun Ifá, coloca-se uma corrente na porta para que o Awo tropece nela e caia, em seguida dá-se-lhe uma surra com varas de álamo.
Quando surge este Odu numa consulta para si próprio, o Awo tem que pegar uma cabaça com água, desmanchar um ekó, ewe dundun, ewe tete, ori da costa, colocar o okpele dentro e todas as pessoas presentes devem tomar um pouco daquele omieró.
PACTO COM IKU EM OFUN MEJI
Talha-se um boneco de madeira, coloca-se sobre um pano branco junto com dezesseis moedas e limalha de todos os metais, reza-se Ofun Meji, sacrificam-se duas frangas, passa-se no corpo da pessoa e se enterra no cemitério.
Outra fórmula é descrita da seguinte forma:
Talha-se um boneco na madeira de algarrobo, junta-se dezesseis moedas, limalha de diversos metais. Limpa-se a pessoa com duas frangas, sacrifica-se uma sobre o boneco, embrulha-se no pano branco e manda-se enterrar no cemitério. Com a outra franga faz-se sacudimento na pessoa e sacrifica-se para Elegbara. O boneco fica junto do Egun da casa.
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OFUNLOGBE OFUNALOGBE
REZA DE OFUNLOGBE
Ofunlogbe aujetre yiero ajeri gui ofá periguikí Obá. Oxun lodafun Ofun Odafo Obá Nubá Ogbe donlará Ofun, Ekodidé metá elebó. Ebejó owo elebó.
Este Odu é filho de Ofun e de Ogbe.
Sempre que surge, toca-se a barriga e sopra-se para fora.
Neste caminho expulsaram Azawani do reino de Ulkuman, na terra Lukumi (Nagô). Nasceram as secreções e fluidos do corpo humano, como a saliva, o suco gástrico,
etc., das quais o sêmen é o rei.
Aqui nasceram os espermatozóides.
Seus filhos correm o risco de sofrerem morte violenta e acidental.
Neste caminho Obatalá leva oito otás em seu igbá e fica sempre mais alto que qualquer Orixá.
Nasceu o mal cheiro das vaginas e o motivo porque a menstruação cheira mal.
Obatalá lançou maldição em Ofunlogbe porque este lhe roubou a cabra preta. Os filhos deste Odu têm problemas estomacais e não podem comer cabra.
A pessoa tem que receber mão-de-faca o mais depressa possível.
Entram em guerra com irmãos de santo ou de sangue por causa de mulheres de procedimento duvidoso.
Neste Odu a mulher se vinga do marido pelo descaso com ela e com os filhos, e depois é acusada de agir levianamente.
É necessário muito cuidado com a gravidez, pois pode tratar-se de gêmeos e existe o risco permanente de aborto. A gravidez, por si mesma, representa um risco de vida.
Suas folhas litúrgicas são o peregun, o cipreste e o pega-pinto.
As pessoas deste Odu não têm caminho em Ifá, não podem ser Babalawo, pois sua missão está dentro do culto de Orixás.
Para resolver-se problemas do estômago, faz-se ebó com tudo o que a boca come, depois, com o material do ebó, faz-se uma pasta. Fazem-se três malaguidís, sendo um de moruro, um de algarrobo e o último de mar pacífico, enche-se os malaguidis com a pasta do material do ebó, bejerekun, obí e orogbo. Lava-se com omieró e sacrifica-se sobre cada um deles, um pombo preto.
PARA DERROTAR OS INIMIGOS
Prepara-se três bolos de carne moída crua com amalá, epô e o nome dos inimigos dentro. Deixa-se por três dias nos pés de Exú. Depois de transcorridos os três dias, leva-se para a rua, passa-se por duas encruzilhadas e arria-se na terceira, regando-se com mel de abelhas. Quando se voltar para casa, rega-se Exú com mel de abelhas.
Aqui Oiyá quis, por capricho, que seu filho fosse iniciado no culto de Orunmilá. No dia do Iyojé, o rapaz não resistiu ao sacrifício, vindo a falecer. Desta forma, a palavra de Orunmilá, que indicava que o rapaz não tinha caminho em Ifá, não caiu por terra. 3 - Parte do ritual de iniciação do Babalawo, no qual o neófito é simbolicamente espancado com varas de madeira.
Neste caminho coloca-se em Orunmilá um gancho de aço cromado. Tem que se preparar Aroni, num boneco de ferro.
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